segunda-feira, 15 de agosto de 2011

“Faltou atacar o câmbio e os juros”, afirma Artur em seminário sobre política industrial


“É, no mínimo, uma burrice o discurso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não pode ter aumento de salário neste momento”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique, durante o seminário “Política Industrial e Desenvolvimento”, realizado pela central, em Brasília. O encontro debateu o Brasil Maior, programa do governo para o desenvolvimento industrial lançado recentemente.

Artur lembrou que, ao elaborar políticas para revigorar a indústria, é fundamental que o governo lembre também da importância do fortalecimento do mercado interno e que, para isso, é necessário também fortalecer o salário, a renda e o salário mínimo.

Durante o seminário, o presidente da CUT ressaltou a necessidade da intervenção do Estado em momentos de crise econômica mundial como a atual. Para Artur, essa crise é fruto de uma decisão econômica de deixar o mercado resolver os problemas. “A CUT concorda que é fundamental tomar medidas para fortalecer a economia brasileira. Isso vale para a transferência de tecnologia, vale para compras governamentais etc., e também que temos de estimular a exportação de produtos de valor agregado, articulando com uma integração produtiva na América Latina. Concordo que isso é papel do Estado. O que faltou foi atacar as causas, que são câmbio e juros”.

O seminário contou com a participação do presidente da ABDI – (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Mauro Borges Lemos, e do secretário Executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Elias.

Para o presidente da ABDI “o que sustenta nossa política industrial é a inovação, a qualificação e o fortalecimento do mercado interno,” disse ele. O economista Anselmo dos Santos, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit/Unicamp), concordou que o Estado tem de ter participação incisiva, e alertou que “não há nada claro no Brasil Maior que possa traduzir na melhoria das condições de trabalho e remuneração”, completou.

Do Hora do Povo

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