quinta-feira, 30 de junho de 2011

Musa do Cansei,Ivete Sangalo é alvo de devassa da Justiça e da Receita

A esperta baiana Ivete Sangalo que se manifestou a favor do tal movimento Cansei, movimento das dondocas paulistas, e tornou-se garota-propaganda da Philips, e da campanha anti-governista, anti-Lulista e anti-petista disfarçada de movimento “cívico”. Ivete Sangalo continua querenedo levar vantagem em tudo…
Um processo contra Ivete Sangalo que se se arrasta desde janeiro ganhou novos capítulos na última semana.O ex-baterista Antônio da Silva, conhecido como Toinho Batera, entrou com uma ação na Justiça dizendo que a cantora obrigou os músicos de sua banda a abrir uma empresa para não ter que contratá-los formalmente.Ele pede indenização de R$ 5 milhões por danos trabalhistas. O caso corria em segredo de Justiça até a semana passada.A denúncia de Batera foi feita após Ivete demiti-lo, em 2010. À época, ela fez uma auditoria em sua holding, a Caco de Telha. E descobriu, que havia um rombo financeiro, supostamente causado por seu irmão, Jesus Sangalo, que geria a empresa.
A 18ª Vara do Trabalho de Salvador tirou da cantora o direito ao sigilo do processo na quarta-feira, dia 15. Com isso, vem a público a série de determinações impostas pelo juiz desde janeiro.No dia 16 de fevereiro, a Receita Federal abriu investigação contra a Banda do Bem, a empresa dos músicos que tocam com Ivete, “para verificação de possíveis indícios de irregularidade fiscal”.Em junho, a juíza do caso, Lucyenne Veiga, determinou quebra de sigilo bancário da Banda do Bem. Mandou a agência do Bradesco em que a empresa tinha sua conta informar quem a abriu, quem a administra e como é sua movimentação financeira, “com máxima urgência”.
A juíza ordenou também que hotéis onde o baterista se hospedou em turnês com a cantora dissessem quem pagou as despesas. E mandou a Universal Music enviar “as autorizações de uso de imagem, os recibos de pagamentos de cachê e informar os CDs e DVDs efetivamente gravados [por Silva] ao longo da carreira” de Ivete.Alguns hotéis e a gravadora não haviam respondido até o início de junho.A defesa do baterista, autor da ação, afirma que a Banda do Bem não passa de “fachada”. “Estamos querendo provar que Ivete mandou abrir a empresa para não ter que registrar os músicos e pagar mais impostos”, diz o advogado Willer Tomaz.
Agressão
Batera afirma que, após ser demitido, tentou fazer um acordo com Jesus Sangalo, mas acabou sendo agredido.O baterista alega que era empregado, e a Caco de Telha sustenta que ele era sócio de uma empresa, que trabalhava com autonomia, sem subordinação”.
Por Helena

Ciclo debate mobilidade em Curitiba e região

O Centro de Estudos Políticos e Culturais Ernesto Che Guevara abre nesta quinta-feira, 30, o Ciclo de Estudos sobre a Grande Curitiba. A mobilidade urbana será o tema de abertura do Ciclo, que terá a participação do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Ricardo, o engenheiro Valter Fanini e o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano), Valdir Mestriner.

A próxima etapa do Ciclo será no dia 28 de julho, ocupação territorial. No segundo semestre, teremos ainda os debates sobre segurança pública, meio ambiente, desenvolvimento social e econômico, política e cultura. A proposta do Ciclo é abrir um espaço para a discussão de um projeto de gestão para Curitiba e Região Metropolitana, em oposição à visão que predomina há décadas na cidade.

LOCAL:Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (SENGE)
Rua Mal. Deodoro, 630, 22 – Andar, Conjunto 2201
Centro Comercial Itália
Das 19h às 21h.
Contato: centroche@terra.com.br

quarta-feira, 29 de junho de 2011

WIKILEAKS: EUA se preocuparam com modelo anti-Aids brasileiro em Moçambique

Telegrama da embaixada dos Estados Unidos em Maputo, capital de Moçambique, vazado pelo Wikileaks revela preocupação da diplomacia norte-americana com o modelo brasileiro de combate a HIV/Aids.

Por Anselmo Massad, especial para a Pública



Um telegrama enviado a Washington da embaixada americana em Moçambique revela preocupações dos americanos sobre a atuação brasileira no combate a AIDS no país.

O documento datado de 10 de junho de 2005 ainda recomenda que ações de auxílio da Casa Branca ao país lusófono africano aproveitem a experiência e os materiais brasileiros em português, mas sejam conduzidas com cuidado, devido a características do programa brasileiro que divergem de orientações dos Estados Unidos.

O documento descreve os resultados de visitas do então presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e de seu ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, a Moçambique. Uma série de convênios e acordos firmados entre os países são descritos, incluindo ações de educação e desenvolvimento agrícola, que envolveriam a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estatal vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

Em meio aos detalhamentos de termos assinados para o combate à epidemia de HIV em Moçambique, o funcionário da embaixada recomenda o aproveitamento da experiência brasileira no país africano, mas com cautela. “O apoio direto do governo brasileiro a organizações e ONGs em Moçambique podem provocar problemas. Em maio (de 2005), o governo do Brasil recusou US$ 40 milhões da Usaid (agência de ajuda internacional dos EUA, por considerar que assinar uma declaração de condenação a prostutição e tráfico de drogas seria colocar em perigo o sucesso brasileiro de controlar a epidemia”, contextualiza.

O modelo brasileiro para combater HIV/Aids é considerado bem sucedido e o “mais progressista do mundo”, na definição do diplomata. “É baseado na aceitação” e “em políticas abertas” para trabalhadoras do sexo, para usuários de drogas injetáveis, para “homens que fazem sexo com homens” e para “outros grupos de ‘alto risco’”. Por outro lado, as medidas defendidas pelo governo dos EUA demandam que as organizações que pleiteam recursos oponham-se e reprimam o trabalho sexual e o uso de entorpecentes de qualquer espécie.

A recomendação para a Casa Branca é que se considere a possibilidade de apoiar acordos com o Brasil para auxiliar os moçambicanos, mas com uma ponderação. A aproximação do governo de Lula é analisada no âmbito da pretensão brasileira de ser uma “ator no palco mundial”. Assim, qualquer esforço do governo norte-americano teria de ser “abordada com cautela”, levando em conta as “sensibilidades” que afetassem relações bilaterais EUA-Brasil.


* A Pública é uma agência de jornalismo investigativo. O intuito, segundo descrevem as diretoras no site, é desenvolver um centro independente de reportagens.

Vaticano: poucos padres e pouco celibato na América Latina

Chefe da seção brasileira do Vaticano reclamou a diplomata americano sobre falta de padres e pouca disciplina – e chamou o Brasil de “terra de missão”

Por Andrea Dip, especial para a Pública

Pouco antes da visita de Bento XVI ao Brasil, que aconteceu em maio de 2007, a missão americana no Vaticano elaborou um detalhado documento sobre os interesses da Igreja Católica no Brasil.

O documento enviado a Washington em 6 de maio de 2007 e obtido pelo WikiLeaks relata conversas entre o ex-embaixador americano Francis Rooney com diversos membros do vaticano.

Para o monsenhor brasileiro Stefano Migliorelli, na época chefe da seção brasileira da Secretaria de Estado do Vaticano e quem comandava os preparativos para a visita, havia uma percepção geral de que a América Latina não era uma região prioritária para a Igreja Católica. Essa seria, diz o documento, a principal razão para a visita do Papa ao Brasil.

Para ele, o Brasil e a América Latina seriam como “território de missão” – terras que não foram expostas “de maneira consistente” à fé católica. “Temos que ver isso como uma evangelização – começando do zero”, disse Migliorelli.

O monsenhor ainda criticou a quantidade e a qualidade do clero latinoamericano. “A falta de padres em grande parte da América Latina é muito pior do que nos Estados Unidos”, disse. “Migliorelli lamenta também que o nível de educação dos padres é muito baixo e que muitas vezes eles não aderem aos padrões de disciplina clerical (celibato, ofertas de sacramentos etc)”, prossegue o texto.

Teologia da Libertação

Procurado pela reportagem para comentar o assunto, o Padre José Oscar Beozzo, estudioso da história da Igreja Católica na América Latina e Coordenador Geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, disse que algumas vezes a visão do Vaticano não reflete a realidade.

“Tem gente em Roma que tem uma visão obtusa do que é o catolicismo latino-americano. Se nosso catolicismo não tivesse consistência, eles não brigariam há tantos anos contra nossa teologia da libertação, por exemplo”.

Em um tópico chamado de “A ameaça da teologia da libertação”, o diplomata americano comenta que o papa João Paulo II teria feito grandes esforços para acabar com “esta análise marxista da luta de classes” promovida “por um número significativo de clérigos e católicos leigos que, por vezes, em nome de um compromisso político sancionou a violência em nome do povo”.

Migliorelli comentou que o Vaticano não pretendia tocar no tema durante a visita do papa. “Todo mundo conhece a situação”, ele disse. O documento prossegue: “A chave é simplesmente que o clero seja treinado mais efetivamente para explicar a posição da Igreja para o povo, ele concluiu”.

Segundo o diplomata, João Paulo II combateu com a ajuda de Bento XVI a teologia da libertação mas, nos últimos anos, ela estaria ressurgindo em várias partes da América Latina.

O ex-embaixador Francis Rooney, que assina o documento, é um empresário republicano do ramo de construção e um dos maiores doadores de campanha de George W Bush.

Evangélicos

O documento trata ainda do crescimento da igreja evangélica no país. O diplomata Francis Rooney faz um comparativo entre a primeira viagem de João Paulo II ao Brasil em 1980, quando os católicos representavam 89% da população e o censo de 2000, quando o número de católicos era de 74%. “A cada ano, milhões de católicos latino-americanos deixam suas igrejas para se juntar a congregações evangélicas incentivados pelos pastores destes novos rebanhos”.

Ele diz ainda que, de acordo com uma análise, enquando a Igreja Católica concentra-se em “salvar almas”, muitas igrejas evangélicas fazem o possível apenas para matar a sede latino-americana para o misticismo.

Sem revelar fontes, o documento diz que o Papa João Paulo II descreveu as atividades evangélicas como “sinistras” e que uma das principais tarefas de Bento XVI seria despertar a comunidade católica e encorajar a resistência ao que João Paulo II teria chamado de “caçada por seitas”

A Pública procurou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que não quis comentar o documento.

* A Pública é uma agência de jornalismo investigativo. O intuito, segundo descrevem as diretoras no site, é desenvolver um centro independente de reportagens.

Tadeu Veneri questiona gastos sem licitação, pelo governo, de R$ 5,7 milhões em fotocópias

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) questionou na sessão desta segunda-feira, 27, a contratação da empresa Hprint Reprografia e Automação de Escritórios Ltda pela Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (SEAP) para prestação de serviços de impressão e reprografia. O contrato nº 01/2011, datado de 18 de maio de 2011, é de seis meses e foi firmado, em caráter emergencial, sem licitação. O valor total é R$ 5, 7 milhões.
“O que leva o governo a romper um contrato e fazer um novo, sem licitação? É isto que nós queremos saber”, disse Veneri. O contrato traz uma planilha com especificações de número de cópias e do valor unitário de cada fotocópia conforme cada item. São fotocópias monocromáticas (preto e branco), coloridas e em formato grande (plotagens). A cópia monocromática custa R$ 0,11, a plotagem R$ 4,7 e a unidade de fotocópia R$1,7.
Veneri comparou os valores deste contrato com os preços cobrados por empresas do mesmo ramo em Curitiba. Em quatro empresas, o valor por cópia variou entre R$ 0,7 e R$ 0,10.
Os contratos anteriores com a empresa Hprint foram denunciados pelo Governo de Carlos Alberto Richa como exemplos de desperdício praticado pela administração que o antecedeu; O último contrato do Governo do Estado com a Hprint terminou dia 20 de janeiro. Cada cópia custava R$ 0,13, conforme os dados divulgados no Diagnóstico de Gestão, produzidos pelo governo do Estado.

sábado, 25 de junho de 2011

Poesia escrita por Bruno, vocalista do Biquini Cavadão em homenagem a seu filho Gabriel morto em um acidente de helicóptero

"A morte de um filho
é uma gravidez às avessas
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna

aninha-se aos poucos
buscando um espaço
por isso dói o corpo
por isso, o cansaço

E como numa gestação ao contrário
a dor do parto é a da partida
de volta ao corpo pra acolhida
reviravolta na sua vida

E já começa te chutando, tirando o sono
mexendo os órgãos, lembrando o dono
que está presente, te bagunçando o pensamento
te vazando de lágrimas e disparando o coração,

A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
mas com o tempo, vai desinchando
até se transformar numa semente de amor
e que nunca mais sairá de dentro de ti."

Tiririca (PR-SP) dando uma lição de moral nas velhas raposas políticas.

Aécio e Indio criaram a ''ética etílica'' na política: fuja do bafômetro, mas não se esqueça de dizer que, para os outros, a Lei Seca e as blitzes são sensacionais.
Do deputado André Vargas (PT-PR)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Governo concede autorização de permanência a Battisti

Ex-ativista italiano deixou prisão em Brasília, no último dia 9 de junho.
Documento concede a Battisti o direito de morar e trabalhar no Brasil.

Virus de computador?

O Blog do Esmael voltou

Finalmente o Blog do Esmael (http://www.esmaelmorais.com.br) voltou. Esse é um ato que inaugura o fim de uma censura, promovida pelo governador Beto Richa (PSDB), que durou 75 dias. Era o único caso de censura no país em que o blog foi retirado do ar, contrariando a Constituição Federal e as recentes decisões do Superior Tribunal Federal.

Gleisi une Richa e Fruet

A indicação de Gleisi Hoffman para a Casa Civil colocou em alerta os tucanos. A avaliação deles é que se não se unirem perdem a proxima eleição.

Aos 93 anos, prefeito mais idoso do BRASIL é cassado por improbidade

Susumo Itimura (PSDB) era prefeito de Uraí (PR), Norte do Paraná.
Ele irá recorrer da decisão; vice-prefeito assume nesta quarta (22)

Autor de A despedida do trema

No post "a despedida do trema" recebi a informação de que o autor é Lucas Nascimento da Silva, e que foi publicado originalmente na edição n°16 da revista Offline.

Fica o registro. e parabéns ao autor.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Olha só com quem FHC confraternizava.

Empreiteira não aceita 'em nenhuma hipótese' lei anti-cartel na Copa

Aprovada na Câmara dos Deputados, lei de licitações especial para Copa do Mundo de 2014 tem regra que governo chama de anti-cartel e empresas do setor da construção civil boicotam. Em documento, associação de empreiteiras diz que não aceita "em nenhuma hipótese" a implantação do mecanismo, que é recomendado internacionalmente contra a possibilidade de conluio entre empresas. Segundo um ministro, empreiteiras patrocinam noticiário negativo sobre lei especial. Objetivo seria desmoralizá-la para Congresso Nacional não aprovar. Construtoras preparam-se para fazer lobby no Senado.

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sábado, 18 de junho de 2011

Comparato: Globo ameaçou romper contrato com UNESCO

por Luiz Carlos Azenha

O jurista Fábio Konder Comparato disse, em palestra no II Encontro Nacional de Blogueiros, em Brasília, que a Globo ameaçou romper seu contrato com a UNESCO para promover o Criança Esperança depois que o organismo ligado às Nações Unidas publicou em fevereiro deste ano um estudo sobre o ambiente regulatório para radiodifusão no Brasil.

O estudo, que está aqui, em PDF, é de autoria de Toby Mendel e Eve Salomon.

O estudo concluiu o óbvio: a mídia brasileira é dominada por 35 grupos, que controlam 516 empresas; uma única rede detém 51,9% da audiência nacional. A média de TVs ligadas entre as 7 da manha e a meia-noite atinge 45% da população brasileira, um dos maiores índices do mundo. Os dados foram citados por Comparato em sua palestra.

Segundo ele, depois da publicação do estudo a TV Globo disse aos autores, Toby Mendel e Eve Salomon, que poderia romper o vínculo entre a emissora e o programa Criança Esperança.

Embora a concentração da mídia seja fartamente conhecida no Brasil, o documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, reforça a credibilidade internacional dos que lutam por um novo marco regulatório da comunicação no país.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quando a pesquisa não mostra o esperado

Marcos Coimbra, no Correio Braziliense
Para que gastar dinheiro fazendo pesquisas se vamos ignorá-las caso não mostrem o que queremos?
No Brasil, como em qualquer democracia contemporânea, as pesquisas de opinião são parte do dia a dia da política. Faz tempo que é assim.

É claro que isso começou depois do fim da ditadura. Entre 1964 e a redemocratização, elas foram parcimoniosamente realizadas e divulgadas. Sem eleições para o Executivo, a não ser em cidades do interior, quase ninguém fazia pesquisas de intenção de voto. E, dado que a opinião pública é pouco (ou nada) relevante nos regimes autoritários, tampouco se faziam pesquisas sobre os sentimentos e as avaliações da população a respeito de temas administrativos e governamentais.

Foi ao longo desses mesmos 20 anos que aumentou a importância das pesquisas mundo afora. Enquanto elas foram se incorporando ao cotidiano dos países desenvolvidos, sendo regularmente realizadas para veículos de comunicação, governos, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil, entidades de representação de interesses, partidos políticos e candidatos, por aqui o ambiente lhes era hostil.

Nos atrasamos em relação a esses países, demoramos a acertar o passo, mas conseguimos. De meados da década de 1980 para cá, as pesquisas (de opinião, mas também de mercado — o que é outra história) se modernizaram e se consolidaram no Brasil.

Apesar disso, nossa mídia é uma cliente cautelosa e limitada dos institutos. Ao contrário da regra nos Estados Unidos e na Europa, onde jornais, emissoras de televisão e portais de internet são consumidores vorazes de pesquisas, seus congêneres brasileiros costumam pensar na base do "quero, desde que seja de graça". Todos acham ótimo divulgar uma pesquisa, mas se arrepiam perante a ideia de custeá-la.

A única exceção (que, de certa forma, confirma a regra) é o Datafolha, departamento de pesquisa de um jornal, que se utiliza dele na sua política comercial. Como nenhuma outra empresa de comunicação (acertadamente) achou que precisava ter "seu instituto", sequer outros semelhantes existem.

Com isso, a sociedade brasileira passa meses sem saber o que pensam as pessoas sobre a conjuntura, o que sabem e consideram relevante nos acontecimentos, que percepção têm dos personagens da política e de seus atos. Até que a mídia ganhe de presente alguns resultados, caso dos patrocinados por entidades de classe, a exemplo da CNI e da CNT.

Por alguma razão misteriosa, isso muda na véspera dos processos eleitorais, especialmente nas eleições presidenciais e de governador. Quando elas chegam, todos os veículos se sentem obrigados a ter a "sua pesquisa". E a dedicar uma parte enorme da cobertura a discutir números, algo que costuma interessar apenas secundariamente a leitores e espectadores.

Uma das explicações desse comportamento talvez seja que as pesquisas, às vezes, não dizem o que as redações esperam. E que, sem elas, é sempre possível especular sobre a opinião pública, sem o incômodo de consultá-la. Para que gastar dinheiro fazendo pesquisas se vamos ignorá-las caso não mostrem o que queremos?

Tudo isso vem à mente com a divulgação da mais recente pesquisa do Datafolha sobre a popularidade da presidente e a avaliação do governo federal. Sem entrar em detalhes, o mais relevante que ela mostrou é que ambas vão bem. Na verdade, muito bem, considerando que subiram índices que já eram elevados. Na pesquisa anterior, Dilma batia o recorde de aprovação para presidentes no começo de mandato e superou, na nova, sua própria marca.


Definitivamente, não era isso que supunham os jornais. Nos dias que antecederam a demissão de Palocci, o que vimos foram especulações sobre a "queda de Dilma nas pesquisas", dada como tão certa que o interessante passaram a ser as consequências de seu hipotético "desgaste de imagem" na governabilidade.

Como a pesquisa não confirmou qualquer recuo, um silêncio sepulcral se abateu sobre ela. Foi quase ignorada e nem mesmo o jornal que é dono do Datafolha achou que valia a pena insistir no assunto.

Só imaginando: o que teria acontecido se, ao invés de mostrar uma subida de 2%, ela tivesse indicado uma queda, ainda que pequena, na popularidade de Dilma? De uma coisa podemos estar certos: a pesquisa seria um estrondo.

Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Leia mais em: O Esquerdopata
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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Documentos da ditadura voltam ao Brasil

Por Rodrigo Vianna e Juliana Sada

Documentos relativos à ditadura militar serão entregues hoje, às autoridades brasileiras, em um ato que marca a repatriação desses arquivos ao país, e expressa o desejo de instalação da Comissão da Verdade e de que se cumpra a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos e se investigue os crimes da ditadura.

Veja materia completa AQUI

quinta-feira, 9 de junho de 2011

SOS Bombeiros

Pois é, Governador, da sua classe se ouve falar muito da falta de honestidade: como roubar a verba de merendas escolares, desvio de verba pública para, caixa dois de campanha, superfaturamento, compra de carros desnecessárias como ocorre hoje na ALEp (paraná), uso do dinheiro para favorecer namoradas ou acompanhantes, para pagar jantares em motel e pagamento de prostitutas, desvio de combustivel, superfaturamento e por ai vai…

Crack e o óxi: epidemia socialmente incontrolável


O crack se instalou nas principais cidades do planeta e se tornou uma espécie de epidemia socialmente incontrolável e com consequências destruidoras para os usuários.

É o que revela a Pesquisa sobre a situação do Crack nos Municípios Brasileiros realizada recentemente pela Confederação Nacional de Municípios.

O estudo esclarece o caráter onipresente da droga em território nacional ao cravar a estatística negativa na qual 98% das cidades brasileiras relatam casos de consumo de crack.

Foto: Victor Moriyama

O balanço segue ladeira a baixo e revela o despreparo do Estado em lidar com o problema: 91% dos municípios não possuem programas próprios para tratamento de viciado.

A falta de amparo governamental, entretanto, não é nenhuma novidade entre os usuários: "A assistência social vem até aqui, nos convence a voltar pro albergue e diz que vai colocar a gente no mercado de trabalho, que vai recuperar a gente e etc. Já esperei oito meses e desisti, fui embora e prefiro morar na rua", me relatou um usuário.

Os albergues públicos, ofertados pelas prefeituras como alternativa aos moradores de rua, acabam se tornando locais renegados em que as divergências culturais se intensificam a cada pernoite.

"Fumei meu
monza inteiro"


Em São José dos Campos, interior de São Paulo, a disposição para se reintegrar a sociedade é enorme e consenso entre usuários. Alguns alegam a incapacidade incutida no vício, outros tem o sonho de ter uma "conversinha" com o prefeito a fim de esclarecer algumas "questões sociais".

Os estigmas de preconceito que os usuários carregam são tão fortes que o processo de reintegração a sociedade se torna um túnel cuja luz em seu final é apenas a pedra no cachimbo."Não vejo saída, mas gostaria muito de ser ajudado. Quem vai dar emprego para mim?",  me contou entrestecido certa vez um travesti.

De modo geral, a dependência impede a volta dos usuários a vida normal, muitos perderam o controle e viram sua estrutura familiar ruir em poucos meses. Ruan gastou 40 mil reais em apenas 3 semanas entre festas em hotéis e longas tragadas de crack. "Fumei meu monza inteiro" conta outro usuário.

Tive a oportunidade de registrar alguns usuários nas regiões centrais das cidades de São Paulo e São José dos Campos (SP) e notar traços de uma permanente inquietação. Alguns personagens, depois do uso mostravam um comportamento transtornado, e as alucinações eram constantes.

Muitos me relataram seu desejo em sair do vício, qualificado como incontrolável, mas esbarravam na falta de amparo do Estado em oferecer clínicas de tratamento ou mecanismos de ajuda. Outros classificavam a droga como uma "manifestação do Diabo", uma mescla de desejo e prazer mas, principalmente, o consumo era dominado por sensações de medo e pânico.

Suas histórias de vida relatam o verdadeiro drama de quem vive na rua. O desligamento social se impõe como irreversível e trava uma batalha diária. Apenas os fortes sobrevivem. Os "companheiros" do vício cumprem o papel da família sanguínea, que a essa altura deu ao indivíduo como um ser perdido
para o mundo das drogas e sofre sua dor exclusiva.

"Quem vive nessa vida de nóia não tem amigo! Se você deixar, maluco rouba sua camiseta para tentar trocar por pedra" relata Ruan. Compreender a abrangência do impacto psicológico que uma família sofre ao ver seu "chefe" dominado pelo vício, não é uma tarefa fácil.

Especialistas indicam que o ápice do efeito da droga se da nos 3 primeiros minutos e pode se prolongar, de forma reduzida, até 10 minutos. Trata-se de um efeito rápido, de curta duração e que leva o usuário a querer estar novamente sob efeito dá droga.

Estima-se que um viciado pode chegar a morte em 7 anos ao usar a droga todos os dias. Para "encrementar' o mercado, os vendedores da droga introduziram uma nova moda no país, o Crack colorido, cujas pedras variam nas cores azul, verde e rosa.

No ramo dos negócios vale tudo para atrair a freguesia. Este artifício do mundo fora da lei, chega ao mercado consumidor num momento de expansão da droga rival, o lixo do crack que ainda não se instalou em todo o país. É o Óxi - "oxidado" - é produzido a partir da pasta de coca com o acréscimo letal de cal virgem e querosene. A mistura é extremamente tóxica e segundo "especialistas", já que é ambígua a existência de um especialista num fenônemo novo, pode levar a morte em menos de três anos.

O crack é fabricado a partir da mistura de bicarbonato de sódio com uma pasta de cocaína. A palavra "crack" vem do inglês “to crack” associado ao barulho que as pedras fazem quando queimadas. O óxi, por sua vez, libera, durante a combustão, um óleo extremamente tóxico que pode ser reaproveitado pelo usuário se misturado ao cigarro, fator que amplia o nível de dependência da nova droga.

Ambos são consumidos em cachimbos improvisados ou em latas de alumínio e contam com o auxílio das cinzas de cigarro colocadas embaixo da pedra durante o consumo. Nas bocas de fumo o valor da pedra de crack é padronizado e custa em média 5 reais, já o Óxi sai pela metade do preço.

Com o objetivo de acelerar a disseminação do oxidado, os pontos de venda da droga lançam uma nova promoção para facilitar a aquisição do produto, 3 por 5.

Victor Moriyama, 26 anos, é repórter fotográfico do Jornal O Vale, em São José dos Campos, cidade que reside atualmente. Estreia hoje a coluna Fotógrafo-escreve no NR.