segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Unesco reconhece Palestina e é punida com boicote pelos EUA

Entidade da ONU é a primeira a admitir Palestina como membro pleno. O ato irritou a administração americana que, em represália, suspendeu o apoio financeiro à Unesco. O país deixará de pagar cerca de US$ 60 milhões do que deve a partir de novembro deste ano.


A admissão da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), marca, para os palestinos, um "momento histórico".

Poucas horas depois da adesão plena da Palestina, os Estados Unidos anunciaram um boicote à Unesco. A contribuição de novembro, no valor de 60 milhões de euros, não será paga, informou o Departamento de Estado Norte Americano.

"Os Estados Unidos são claramente a favor da solução de dois Estados, mas o único caminho é por meio de negociações diretas e não há atalhos, e iniciativas como a de hoje são contraprodutivas", condenou David T. Killion, embaixador norte-americano na organização.

"Tínhamos que conceder um pagamento de 60 milhões de dólares à Unesco em novembro e não vamos fazer isso", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

Outro país que reagiu de forma irritada com a decisão foi a Alemanha. A alegação dos alemães para votar contra a incorporação da Palestina pela Unesco é que ela "prejudicaria" as inexistentes negociações entre as duas partes. Segundo um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, a adesão palestina "prejudicaria o já difícil diálogo indireto".

Israel, o maior aliado americano no Oriente Médio e responsável direto pelos danos sociais e humanos da ocupação da Palestina reagiu também no mesmo tom dos Estados Unidos. "Isto é uma tragédia para a Unesco... A Unesco lida com ciência, e não com ficção científica, porém a organização adotou a ficção científica como realidade", insistiu o representante israelense Nimrod Barkan, embaixador israelense junto à Unesco, imediatamente depois da votação.

Depois de um boicote de mais de 20 anos (1984-2003) alegando uma suposta má gestão e "problemas com a ideologia", os Estados Unidos participavam até agora dos programas da Unesco, já que por meio deles conseguiam difundir sua ideologia.

Com agências

Inácio Arruda: Resposta altiva às calúnias

No Vermelho

Um grande ataque foi desencadeado por parte da mídia conservadora contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Acusações sem provas contra o ex-ministro Orlando Silva, feitas por dois meliantes que estão sendo processados para devolver dinheiro ao Ministério do Esporte, foram utilizadas irresponsavelmente.

Por Inácio Arruda*

Sem apurar a veracidade das denúncias, sem divulgar com a mesma ênfase os argumentos e fatos apresentados pelo Ministério, montou-se um verdadeiro tribunal de exceção, como nos regimes ditatoriais. Tenta-se desesperadamente inviabilizar o trabalho do governo Dilma, buscando desqualificar os partidos políticos que a sustentam e as instituições do País. Isso também ocorreu nos dois mandatos do presidente Lula.

A atividade política é criminalizada e os partidos e instituições são colocados sob permanente suspeição, enquanto instigam-se manifestações sem objetivos claros, mas de cunho marcadamente retrógrado. Método semelhante já foi utilizado pelos que patrocinaram o golpe de Estado de 1964. Por mais de 20 anos as reivindicações populares foram colocadas na ilegalidade, opositores foram perseguidos, presos, torturados e mortos. No mesmo período, não por acaso, estabeleceram-se poderosos grupos monopolistas, inclusive no setor da comunicação – este que apela para manchetes sensacionalistas, tentando forçar o governo a voltar à velha cartilha neoliberal na economia e à política elitista e antidemocrática.

Não teve sucesso a manobra de indispor o governo Dilma com o PCdoB e isolar seus militantes dos setores democráticos e progressistas. A ação unitária e pronta do partido e do ex-ministro de exigirem a apuração das denúncias desmascarou a intenção da campanha difamatória. A própria presidente declarou seu apreço e confiança no PCdoB. Colocou no comando do Ministério do Esporte o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para que leve adiante a política de inclusão social, inovadora, inaugurada nessa pasta. Agradeço o apoio, a confiança e a solidariedade que recebemos.

* É senador pelo PCdoB do Ceará

Fonte: O Povo

sábado, 29 de outubro de 2011

Blogueiros de 23 países aprovam Carta de Foz do Iguaçu

Marcel Gomes

O 1º Encontro Mundial de Blogueiros, realizado em Foz do Iguaçu (Paraná, Brasil), nos dias 27, 28 e 29 de outubro, confirmou a força crescente das chamadas novas mídias, com seus sítios, blogs e redes sociais. Com a presença de 468 ativistas digitais, jornalistas, acadêmicos e estudantes, de 23 países e 17 estados brasileiros, o evento serviu como uma rica troca de experiências e evidenciou que as novas mídias podem ser um instrumento essencial para o fortalecimento e aperfeiçoamento da democracia.
Como principais consensos do encontro – que buscou pontos de unidade, mas preservando e valorizando a diversidade –, os participantes reafirmaram como prioridades:

- A luta pela liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade propalada pelos monopólios midiáticos, que castram a pluralidade informativa. O direito humano à comunicação é hoje uma questão estratégica;

- A luta contra qualquer tipo de censura ou perseguição política dos poderes públicos e das corporações do setor. Neste sentido, os participantes condenam o processo de judicialização da censura e se solidarizam com os atingidos. Na atualidade, o WikiLeaks é um caso exemplar da perseguição imposta pelo governo dos EUA e pelas corporações financeiras e empresariais;

- A luta por novos marcos regulatórios da comunicação, que incentivem os meios públicos e comunitários; impulsionem a diversidade e os veículos alternativos; coíbam os monopólios, a propriedade cruzada e o uso indevido de concessões públicas; e garantam o acesso da sociedade à comunicação democrática e plural. Com estes mesmos objetivos, os Estados nacionais devem ter o papel indutor com suas políticas públicas.

- A luta pelo acesso universal à banda larga de qualidade. A internet é estratégica para o desenvolvimento econômico, para enfrentar os problemas sociais e para a democratização da informação. O Estado deve garantir a universalização deste direito. A internet não pode ficar ao sabor dos monopólios privados.

- A luta contra qualquer tentativa de cerceamento e censura na internet. Pela neutralidade na rede e pelo incentivo aos telecentros e outras mecanismos de inclusão digital. Pelo desenvolvimento independente de tecnologias de informação e incentivo ao software livre. Contra qualquer restrição no acesso à internet, como os impostos hoje pelos EUA no seu processo de bloqueio à Cuba.

Com o objetivo de aprofundar estas reflexões, reforçar o intercâmbio de experiências e fortalecer as novas mídias sociais, os participantes também aprovaram a realização do II Encontro Mundial de Blogueiros, em novembro de 2012, na cidade de Foz do Iguaçu. Para isso, foi constituída uma comissão internacional para enraizar ainda mais este movimento, preservando sua diversidade, e para organizar o próximo encontro.

Como seria um Brasil sem Lula?

do Blog do Luis Nassif

Agora que as notícias dão conta da boa perspectiva de restabelecimento do Lula, é curioso debruçar nas análises apressadas sobre uma era pós-Lula.

Aliás, chocante a maneira como algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais selvagens – das guerras, por exemplo – há a ética do guerreiro, de embainhar as armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por aqui, não: é selvageria em estado puro.

A analista-torcedora supos que, com a doença de Lula, haveria uma mudança radical no quadro político. Sem voz, Lula seria como um Sansão sem cabelos. Sem Lula, não haveria Fernando Haddad. Sem contar os diagnósticos médico-políticos-morais, de que Lula foi castigado por sua vida desregrada. Zerado o jogo político, concluiu triunfante.

Num de seus discursos mais conhecidos, Lula bradava para a multidão: “Se cortarem um braço meu, vocês serão meu braço; se calarem a minha voz, vocês serão minha voz…”.

Qualquer tragédia com Lula o alçaria à condição de semideus, como foi com Vargas. O suicídio de Vargas pavimentou por dez anos as eleições de seus seguidores. É só imaginar o que seriam os comícios com a reprodução dos discursos de Lula. Haveria comoção geral.

A falta de Lula seria visível em outra ponta: é ele quem segura a peteca da radicalização. Quem seguraria suas hostes, em caso da sua falta? Seu grande feito político foi promover um pacto que envolveu os mais diversos setores do país, dos movimentos sociais e sindicais aos grandes grupos empresariais. E em nenhum momento ter cedido a esbirros autoritários, a represálias contra seus adversários – a não ser no campo do voto -, mesmo sofrendo ataques implacáveis.

Ouvindo os analistas radicais, lembrando-se da campanha passada, como seria o país caso Serra tivesse sido eleito? É um bom exercício. Não sobraria inteiro um adversário. Na fase Lula, há dois poderes se contrapondo: o do Estado e o da mídia e um presidente que nunca exorbitou de suas funções. No caso de Serra, haveria a junção desses dois poderes, em mãos absolutamente raivosas, vingativas.

Ao fechar todos os canais de participação, Serra sentaria em cima de uma panela de pressão. Sem canais de expressão, muitos dos adversários ganhariam as ruas. Sem a mediação de Lula, não haveria como não resultar em confrontos. Seria uma longa noite de São Bartolomeu.

Essa teria sido a grande tragédia nacional, que provavelmente comprometeria 27 anos de luta pela consolidação democrática.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Avenida Ayrton Senna sendo recuperada

Foram iniciadas as obras de revitalização da Avenida Ayrton Senna (Marginal da BR-277 sentido Curitiba) em Campo Largo. As obras compreendem drenagem, pavimentação e sinalização e têm prazo de 60 dias para sua execução. O valor total da obra é de R$ 762.416,59, sendo R$ 493.100,00 a fundo perdido – emenda parlamentar do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB) e R$ 269.316,59 de contra-partida da Prefeitura.

A Avenida Ayrton Senna é uma das principais vias da cidade, com intenso trânsito de veículos para o comércio e serviços ao longo da BR-277 e ligação entre os bairros situados entre a Avenida Ema Taner de Andrade (Rodovia para Bateias) e a Avenida Ademar de Barros, no Jardim Social. A revitalização da Avenida Ayrton Senna é obra reivindicada há muito tempo pela população.

Semáforo — Segundo o diretor do Deptran (Departamento de Trânsito Municipal), Nivaldo Guerin, o semáforo para travessia da BR-277 próximo à Churrascaria O Laçador, já foi adquirido. A Prefeitura aguarda autorização da Rodonorte (concessionária que administra a rodovia) e do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) para a instalação do equipamento.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Copa e Olimpíadas serão prioridades de novo ministro do Esporte

Agora é oficial o deputado Aldo Rebelo foi confirmado nesta quinta-feira (27) pela presidência da República como novo ministro do Esporte no lugar de Orlando Silva. Antes mesmo de assumir, a presidenta Dilma pediu ao novo ministro prioridades nos assuntos da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, disse que a escolha é definitiva e que o nome de Aldo será publicado no Diário Oficial de amanhã.

Ao se reunir com Aldo Rebelo no Palácio da Alvorada, a presidenta Dilma Rousseff pediu a ele que conduza o ministério com o objetivo de enfrentar “todos os desafios da Copa do Mundo e das Olimpíadas”. Aldo Rebelo disse que à tarde dará entrevista coletiva para falar sobre sua gestão.

Perfil - Nascido em Alagoas, Aldo está no quinto mandato de deputado federal. Ele foi eleito pelo PCdoB de São Paulo. Jornalista e escritor, Aldo iniciou a atuação política como líder do movimento estudantil e chegou a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele também é um dos fundadores da União da Juventude Socialista (UJS).Sua militância o levou a se eleger vereador em São Paulo, primeiro cargo no Legislativo. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2008-2010), Aldo foi presidente da Câmara dos Deputados, ministro de Relações Institucionais e líder do governo na Câmara. No primeiro semestre deste ano, Aldo Rebelo foi relator do projeto do novo Código Florestal, matéria que dividiu a base governista e chegou a ser aprovada na Câmara dos Deputados. A proposta agora é discutida no Senado.Aldo é conhecido por sua postura nacionalista. Um dos projetos apresentados por ele é o que prevê a redução de estrangeirismos na língua portuguesa.

Ele assume a vaga de Orlando Silva que deixou o Ministério do Esporte depois de o STF instaurar inquérito para apurar denúncias de desvio de dinheiro em ações da pasta. Há duas semanas, o policial militar João Dias acusou o ex-ministro de participar de um esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo. A denúncia foi publicada pela revista Veja. Desde então, Orlando Silva vem negando participação no esquema, tendo prestado informações ao Congresso Nacional. Ele também pediu ao Ministério Público que o investigasse para garantir sua inocência.

O ex-ocupante da pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também é acusado de desviar dinheiro do programa. A ministra Cármen Lúcia determinou que o inquérito que já investiga Agnelo Queiroz no Superior Tribunal de Justiça (STJ) fosse levado ao STF para que ela avaliasse se o processo deve correr em conjunto com o de Orlando Silva. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma “relação intensa” entre os casos. Com a saída de Orlando Silva do ministério, o inquérito passa a ser conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Fonte: Agência de Notícias

Eduardo Galeano: As verdades e as mentiras do mund...

No vídeo abaixo, Eduardo Galeano analisa algumas questões do mundo atual. Quando o assunto é a Venezuela, ele diz o seguinte: “No tea...
O jornalista Jennings Andrew da BBC de Londres participa de uma audiência pública na comissão de educação, cultura e esporte no Senado em Brasilia. Ele fala sobre as denúncia feitas em seu livro Jogo Sujo - O Mundo Secreto da Fifa.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Anonymous condena a revista Veja


“Mensagem à sociedade brasileira.

Já é de conhecimento público. Até mesmo entre a sociedade menos informada que a revista Veja é um instrumento de manipulação ideológica e política. A próxima edição semanal dessa revista trará o símbolo que representa o Anonymous, a máscara de Guy Fawkes, como sendo mais um movimento contra a corrupção … que não passa de mais uma tentativa da direita de capitalizar todos os movimentos sociais, que tomam forma no Brasil.

O objetivo deste texto é esclarecer a ideologia do movimento Anonymous. Sendo absolutamente apartidário, o Anonymous busca estimular a população a se informar e formular suas próprias ideias e para que isso se concretize é necessário que haja um rompimento total do controle exercido pela mídia nas nossas mentes.

Infelizmente, no Brasil atual, é impossível falar de liberdade de pensamento. Isso porque simplesmente não somos livres para pensar. As ideias que temos são formulas e divulgadas pela elite econômica e, não é necessário dizer que absolutamente contrárias as nossas próprias necessidades como povo.

Enfatizo aqui que o Anonymous não é de forma alguma ligado a nenhum partido político. Por mais que a mídia tente desvirtuar nossos ideiais, continuaremos a lutar para acordar a população e fazê-la se desvincular de qualquer tipo de manipulação imposta pela elite. Não continue sendo parte de uma enorme massa de manobra. Busque conhecimento. Informe-se. Liberte-se.

Nós somos Anonymous. Somos uma legião. Não esquecemos. Não perdoamos. Nos aguarde.”

* Transcrição do vídeo de Esmael Morais, em seu blog

Juiz acusa Zero Hora de deturpar fala, em seminário sobre liberdade de imprensa

O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), João Ricardo dos Santos Costa, criticou a cobertura que o jornal Zero Hora fez de um seminário sobre liberdade de imprensa e Poder Judiciário, em Porto Alegre. A matéria sobre o evento omitiu a parte do debate relacionada aos monopólios de comunicação. “Esse é um caso paradigmático: em um evento promovido para discutir a liberdade de imprensa, a própria imprensa comete um atentado à liberdade de imprensa ao omitir um dos principais temas do evento", diz o juiz em entrevista à Carta Maior.
Marco Aurélio Weissheimer
No dia 21 outubro, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) promoveram, em Porto Alegre, um seminário para discutir liberdade de imprensa e Poder Judiciário. O convite para o encontro partiu da ANJ que já promoveu um debate similar junto ao Supremo Tribunal Federal (Ver artigo de Venício Lima, Direito à comunicação: o “Fórum” e a “Ciranda”). Os interesses temáticos envolvidos no debate não eram exatamente os mesmos. Enquanto que a ANJ e as suas empresas afiliadas estavam mais interessadas em debater a liberdade de imprensa contra ideias de regulação e limite, a Ajuris queria debater também outros temas, como a ameaça que os monopólios de comunicação representam para a liberdade de imprensa e de expressão.
O jornal Zero Hora, do Grupo RBS (e filiado a ANJ) publicou no sábado (24/10/2011) uma matéria de uma página sobre o encontro. Intitulada “A defesa do direito de informar”, a matéria destacou as falas favoráveis à agenda da ANJ – como as da presidente da associação, Judith Brito, e do vice-presidente Institucional e Jurídico da RBS, Paulo Tonet – e omitiu a parte do debate que tratou do tema dos monopólios de comunicação. Na mesma edição, o jornal publicou um editorial furioso contra o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, acusando-o de querer censurar o jornalismo investigativo (Ver matéria: Tarso rechaça editorial da RBS e diz que empresa manipulou conteúdo de conferência). No mesmo editorial, o jornal Zero Hora apresentou-se como porta-voz da “imprensa livre e independente” e afirmou que “a credibilidade é a sua principal credencial”.
Agora, dois dias depois de o governador gaúcho acusar a RBS de ter manipulado o conteúdo de uma conferência que proferiu no Ministério Público do RS, omitindo uma parte que não interessava à construção da tese sobre a “censura ao jornalismo investigativo”, mais uma autoridade, desta vez o presidente da Ajuris, João Ricardo dos Santos Costa, vem a público criticar uma cobertura da RBS, neste caso, sobre o evento promovido em conjunto com a ANJ. A omissão da parte do debate relacionada ao tema do monopólio incomodou o presidente da Associação de Juízes.
“Esse é um caso paradigmático: em um evento promovido para discutir a liberdade de imprensa, a própria imprensa comete um atentado à liberdade de imprensa ao omitir um dos principais temas do evento que era a discussão sobre os monopólios de comunicação”, disse João Ricardo dos Santos Costa em entrevista à Carta Maior.
Na entrevista, o presidente da Ajuris defende, citando Chomsky, que “o maior obstáculo à liberdade de imprensa e de expressão são os monopólios das empresas de comunicação”. A “credibilidade” reivindicada pela RBS no editorial citado não suporta, aparentemente, apresentar a voz de quem pensa diferente dela. “O comportamento do jornal em questão ao veicular a notícia suprimindo um dos temas mais importantes do debate, que é a questão dos monopólios, mostra justamente a necessidade daquilo que estamos defendendo”, destaca o magistrado.
Carta Maior: Qual foi o objetivo do seminário sobre Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário e quais foram os principais temas debatidos no encontro realizado dia 21 de outubro em Porto Alegre?
João Ricardo dos Santos Costa: A Ajuris foi procurada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) para promover um evento com o objetivo de debater liberdade de imprensa e o Poder Judiciário. A relação se justifica pelo grande número de questões que chegam ao Judiciário envolvendo a atividade jornalística. Essas questões envolvem, muitas vezes, decisões que limitam a divulgação de certas matérias. Pois bem, fomos procurados para fazer esse debate que gira em torno de dois valores constitucionais: a liberdade de expressão e a independência do Judiciário. Para alguns haveria um aparente conflito entre esses dois princípios. Nós nos dispomos, então, a construir por meio do debate o que significa a convivência desses dois valores em sociedade democrática. Esse foi o grande desafio que esse evento pretendia enfrentar.
Há duas posições veementes neste debate. De um lado há aqueles que não admitem nenhum tipo de cerceamento à informação; de outro, há aqueles que não admitem qualquer tipo de restrição ao trabalho do Judiciário. Do ponto de vista constitucional, cabe ao Judiciário solucionar todos os conflitos, inclusive os que envolvem a imprensa. A imprensa não está fora das regulações judiciais. Há um embate muito forte entre essas duas posições. Se, de um lado, a ANJ buscou explorar o tema da liberdade de imprensa sob a ótica da atividade judicial, nós buscamos fazer um debate sobre a questão constitucional da liberdade de imprensa, no que diz respeito à distribuição de concessões aos veículos de comunicação.
Carta Maior: Por que a Ajuris decidiu abordar o tema da liberdade de imprensa sob essa ótica?
João Ricardo dos Santos Costa: Chomsky tem dito que o maior obstáculo à liberdade de imprensa e de expressão são os monopólios das empresas de comunicação. Não só ele, aliás. Vários pensadores contemporâneos dizem a mesma coisa. Para nós, esse é o cerne da questão. Hoje não há pluralidade, não há apropriação social da informação. O que existe é o interesse econômico que prepondera. Os editoriais são muito mais voltados aos negócios. Hoje mesmo, o editorial de um jornal local [Zero Hora/RBS] expressa preocupação com a vitória de Cristina Kirchner na Argentina dizendo que seria um governo populista que teria explorado o luto [pela morte de Néstor Kirchner] para se reeleger.
Há toda uma preocupação sobre o que representa esse governo para os negócios das empresas de comunicação, em especial no que diz respeito ao conflito entre o governo argentino e o grupo Clarín. A sociedade brasileira só tem conhecimento do lado da empresa de comunicação. A visão do governo argentino sobre esse tema nunca foi exposta aqui no Brasil.
E aí vem uma questão fundamental relacionada à liberdade de imprensa. O problema não é o que os meios de comunicação veiculam, mas sim o que omitem. Esse é o grande problema a ser superado.
Carta Maior: E esse tema foi debatido no seminário?
João Ricardo dos Santos Costa: No nosso evento, eu lembro de uma fala do deputado Miro Teixeira. Ele disse que a história da censura envolve o cerceamento de grandes pensadores da humanidade, como Descartes, Locke, Maquiavel, Montesquieu, entre outros. Citou isso para exemplificar os danos sociais dessa censura. Mas hoje o que nós observamos é que os grandes pensadores contemporâneos são cerceados não pelos censores que existiam antigamente, mas pelos próprios detentores dos meios de comunicação. Os grandes meios de comunicação não veiculam, não debatem hoje os grandes pensadores da humanidade. Nomes como Amartya Sem, Noam Chomsky, Hobsbwan, entre outros, não têm suas ideias discutidas na mídia, não são procurados para se manifestar sobre as grandes questões sociais. Não são chamados pela grande mídia para dar sua opinião e o que acaba prevalecendo é o interesse do capital financeiro, que é aquele que não vai pagar a conta da crise.
Eu dou esse exemplo para demonstrar a gravidade do problema representado por esse monopólio, esse interesse econômico preponderante sobre o direito à informação. Esse interesse diz incessantemente para a sociedade que a única saída para superar a crise atual é por meio do sacrifício dos mais pobres e dos setores médios da população. Não se toca na questão do sacrifício do setor financeiro. Este setor não pode ter prejuízo. Quem vai ter prejuízo é a sociedade como um todo, mesmo que isso atinja direitos fundamentais das pessoas.
Então, esse debate sobre a democratização dos meios de comunicação é extremamente importante e deve começar a ser feito de forma transparente para que a sociedade se aproprie do que realmente está acontecendo e que possa ter autonomia em suas decisões e mesmo influenciar a classe política que hoje está entregue aos grandes financiadores de campanha que são os mesmos que fornecem a informação enlatada que estamos recebendo. Nós, da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, estamos propondo esse debate para a sociedade.
Carta Maior: Esse debate que o senhor relatou não apareceu na cobertura midiática do encontro pelo grupo RBS, que participou do mesmo. O jornal Zero Hora dedicou uma página ao encontro, com uma matéria intitulada “A defesa do direito de informar”, sem fazer nenhuma menção a essa parte do debate envolvendo os temas do monopólio e da democratização dos meios de comunicação. Como é que a Ajuris, que propôs esse debate, recebe esse tipo de cobertura?
João Ricardo dos Santos Costa: O comportamento do jornal em questão ao veicular a notícia suprimindo um dos temas mais importantes do debate, que é a questão dos monopólios, mostra justamente a necessidade daquilo que estamos defendendo. É como eu disse antes: o problema maior é aquilo que é omitido, aquilo que não é revelado. Esse é um caso paradigmático: em um evento promovido para discutir a liberdade de imprensa, a própria imprensa comete um atentado à liberdade de imprensa ao omitir um dos principais temas do evento que era a discussão sobre os monopólios de comunicação. Nós não vamos nos omitir em tratar desse assunto por mais dolorido que ele possa ser. É evidente que não é um assunto que deva ser banalizado. Ele é o mais importante de todos. Estamos tratando de pluralidade de pensamento.
Carta Maior: No debate, o deputado federal Miro Teixeira defendeu que a liberdade de imprensa é um direito absoluto. Qual sua opinião sobre isso?
João Ricardo dos Santos Costa: Eu compartilho a ideia de que não há nenhum direito absoluto, não pode haver. Neste contexto de monopólio, menos ainda. Liberdade absoluta de imprensa em um contexto onde sequer a Constituição Federal é cumprida. no sentido de proibir a existência de monopólios. É algo completamente daninho à democracia. Outra coisa com a qual eu também não concordo , envolvendo esse debate, é a afirmação do ministro Marco Aurélio Buzzi (do Superior Tribunal de Justiça) de que nós temos liberdade até para matar. Nós não temos liberdade para matar. Não vejo, dentro da nossa organização jurídica e de sociedade, que tenhamos liberdade para matar. Do fato de, no Código Penal brasileiro, “matar alguém...pena de tanto a tanto” aparecer como uma expressão afirmativa, não se segue o direito de matar. Nós não podemos matar e não podemos violar o Direito. Não temos essa liberdade. Não temos a liberdade de tirar a liberdade das outras pessoas. O direito individual não chega a esse radicalismo que se pretende com essa afirmação de que a liberdade de imprensa é um direito absoluto.
Carta Maior: A ANJ realizou recentemente, no Supremo Tribunal Federal (STF), um seminário semelhante a este realizado no Rio Grande do Sul. Há, portanto, uma óbvia preocupação com a posição do Poder Judiciário neste debate. Qual é, na sua avaliação, o papel do Judiciário neste contexto?
João Ricardo dos Santos Costa: O fato de se debater, em primeiro lugar, é um grande caminho para amadurecer esses institutos que, aparentemente, estão colidindo, na sociedade. É lógico que o Judiciário, nesta e em outras grandes questões da sociedade brasileira, tem sido provocado a se pronunciar. Muito pela ineficiência do Poder Legislativo. O STF tem decidido sobre questões que o Legislativo se mostra incapaz de resolver: união homoafetiva, aborto, demarcação de terras indígenas, células-tronco, entre outros. A pressão envolvendo esses temas está vindo para cima do Judiciário. E o Judiciário, por sua formatação de autonomia e independência, ele se mostra menos vulnerável a pressões. Decidir é da essência do Poder Judiciário, desagradando um dos lados em litígio.
Quando esse lado é muito poderoso, os danos à instituição podem ser pesados. Numa decisão, por exemplo, que contraria os interesses de um monopólio de comunicação, esse monopólio joga todo esse seu poder para atingir a credibilidade do Judiciário como instituição. Creio que aí aparece um outro grande debate que deve ser feito sobre até que ponto esse tipo de postura não corrói a nossa democracia.

domingo, 23 de outubro de 2011

Conexão Tigre

Nos dias 26 e 27 de outubro o Projeto Conexão Cultural Tigre/ICRH – Cinemóvel estará em Campo Largo exibindo gratuitamento filmes do cinema nacional. O Cinemóvel, que está na estrada desde junho e até dezembro pretende percorrer 32 cidades, leva cultura em forma de entretenimento para a população, valorizando a produção cultural do país e sua riqueza de linguagens.

O projeto é simples e ousado. Um caminhão que se transformou em sala de cinema itinerante. A sala tem 30 poltronas, tela de 120 polegadas, ambiente climatizado, iluminação própria de cinema, rampa de acesso e duas acomodações para cadeirantes.

Como são poucos lugares e poucas exibições — quatro por dia — fez-se a opção de oferecê-las aos grupos que possuem mais dificuldade de acesso, como os participantes do Programa de Erradicação ao Trabalho infantil (Peti), Centro de Convivencia Durval Weber, Caps II e alunos da Erce. Os filmes exibidos serão O Grilo Feliz, Chico Xavier e As melhores Coisas do Mundo.

No dia 26 haverá uma sessão aberta ao público com o filme Chico Xavier. Os ingressos são limitados e estão sendo distribuidos na Casa da Cultura. O filme tem inicio às 14 horas, na Praça Getúlio Vargas.

sábado, 22 de outubro de 2011

Arco e flecha

Neste sábado (22) o Parque Municipal Newton Puppi (antigo Parque Cambuí) em Campo Largo será palco da última etapa do campeonato oficial de 2011 de arco e flecha da Fepaf (Federação Paranaense de Arco e Flecha). Segundo o presidente da Fepaf, Gustavo Druziki, a expectativa é de atrair tanto atletas quanto espectadores.
“Esperamos pelo menos três arqueiros de Santa Catarina e outros dois de São Paulo, toda a população está convidada para assistir”, disse. O torneio inicia às 9h30 e pausa para o almoço das 11h30 às 14 horas. O encerramento está previsto para as 17 horas. A entrada é livre e o público pode acompanhar o torneio da arquibancada da pista de atletismo do parque. O evento contará ainda com um mini stand de arco e flecha, “para que o público possa praticar e conhecer os equipamentos, enfim, disparar a primeira flecha”, conta.

As crianças sabem o que fazer

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

PHA desmistifica a morte

O sonho não acabou: Indignados 99% X 1% Cansados

Imagine
...

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

....
John Lennon








Em mais de 1000 cidades do mundo, o povo foi às ruas contra a ganância e contra capitalismo neoliberal. O movimento é chamado de Indignados, e ganhou força com o sucesso da ocupação de Wall Street.


O lema é: os 99% da população não pode ficar submetida a sacrifícios e destruição para manter a ganância e privilégios dos 1% de CORRUPTORES, banqueiros e altos executivos.


As passeatas foram maiores onde a crise econômica ameaça mais, e onde está havendo mais desemprego: na Europa, EUA, Canadá, Japão, Austrália, etc.



No Brasil a marcha do CANSEI II diminuiu em relação ao 7 de setembro, porque ela tem a lógica inversa.


São os 1% da elite econômica e CORRUPTORES (que não se assumem, mas estão por trás da organização dos CANSADOS, financiando a infra-estrutura e o marqketing viral), que estão querendo conduzir os outros 99% bovinamente para o matadouro do neoliberalismo, visando aumentar os lucros e privilégios dos banqueiros, dos corruptos e corruptores.


As ruas também vão encher no Brasil quando os 99% da população resolverem fazer passeatas contra os 1% de CORRUPTORES e os corruptos que eles tem no bolso, por eles financiados.

Os amigos do Presidente Lula

A caserna está nua: corrupção e espionagem rondam ...

Desde 15 de agosto, a Procuradoria-Geral da República analisa uma representação encaminhada pelo Ministério Público Militar. Trata-se de um pedido de investigação “em desfavor” do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, citado num espinhoso escândalo de corrupção, talvez o mais ruidoso da Força em seus 363 anos de história. Ao todo, 25 oficiais de variadas patentes, incluindo sete generais e oito coronéis, são suspeitos de integrar um esquema que fraudou licitações, superfaturou contratos, fez pagamentos em duplicidade e pode ter desviado dos cofres públicos ao menos 15 milhões de reais entre 2003 e 2009, segundo os cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU).

Greg Heires: A história se repete

O acampamento de jovens manifestantes desencantados no distrito financeiro nova-iorquino destaca a crescente indignação que brota nos Estados Unidos em torno da desigualdade e da persistente crise trabalhista, dando lugar a comparações com fatos históricos semelhantes.



O movimento Occupy Wall Street (Ocupar Wall Steet), cujos protestes têm por epicentro a Liberty Plaza, no centro de Manhattan, gera comparações com as greves da década de 1930, realizadas pelos trabalhadores do setor automotivo, com a rebelião contracultural dos anos 1960 e com as revoltas da Primavera Árabe contra governos autoritários.

Desde então, os protestos se propagaram para mais de 30 cidades importantes, de Los Angeles, na Califórnia, até Atlanta, na Geórgia. É muito cedo para julgar se o Ocupar Wall Street será lembrado como a faísca que criou um movimento social para fazer retrocederem décadas de políticas neoliberais de desregulamentação, reduções tributárias e nos serviços públicos. É inegável que o protesto tocou uma fibra muito sensível com relação à alienação de milhões de pessoas que ficaram para trás durante a última era dourada do país.

“Isso reflete uma indignação generalizada pela economia funcionar somente para muitos poucos”, disse Robert Borosage, codiretor do Campaign for America’s Future, um centro progressista com sede em Washington. Essa revolta se reflete em duas das palavras de ordem dos manifestantes: “Os bancos foram resgatados, nós fomos vendidos” e “Somos 99%”.Os manifestantes se mostram indignados pelo fato de o governo dar US$ 787 bilhões aos principais bancos do país como ajuda após a crise financeira de 2008, enquanto destinou uma ajuda ínfima às classes pobre e média.

Os diplomados universitários estão presos em dívidas de dezenas de milhares de dólares a título de empréstimos estudantis, e são obrigados a voltar a viver com seus pais por não encontrarem emprego. Nos últimos anos, a desigualdade se aprofundou tanto nos Estados Unidos que é comparada à polarização que existiu há quase um século, antes da Grande Depressão. O 1% superior controla 33,8% da riqueza e 50,9% das ações, bônus e fundos mútuos da nação, segundo o Institute for Policy Studies, com sede em Washington.

Embora os titãs de Wall Street tenham prosperado, a classe média experimentou o que o economista Richard Freeman, da Universidade de Harvard, descreve como uma “década perdida” no começo do Século 21. A renda das famílias da classe média começou a ficar paralisada nos anos 1970, mas, na realidade, caíram, em média, de US$ 53,2 em 2000 para US$ 49,4 no ano passado, segundo o Escritório do Censo dos Estados Unidos.

Durante a primeira década deste século, a geração de empregos foi zero, a pior desde que começaram os registros. Os trabalhadores jovens não encontram trabalho de longo prazo, pelo qual o empregador realiza as contribuições tradicionais e podem ganhar um salário decente. A quantidade de desempregados (14 milhões) é praticamente a mesma existente durante a Grande Depressão.

O desemprego oficial é de 9,1%, mas a quantidade de desempregados praticamente duplica quando são incluídas pessoas que não buscam trabalho ativamente e trabalhadores de meio período que querem encontrar empregos em tempo integral. O desemprego médio dos adultos jovens com apenas um diploma de bacharel foi de 21,6% no ano passado. Para os universitários diplomados menores de 25 anos, a proporção foi de 9,6%.

Na Liberty Plaza, Gillian Cipriano, de 23 anos, queixou-se por não encontrar emprego depois de se formar em enfermagem, há menos de um ano. As políticas de austeridade do governo levam os hospitais públicos e privados a cortarem serviços e reduzirem as contratações, disse Gillian, que vive com seus pais em Staten Island, um dos cinco distritos da cidade. Borosage afirmou que o Ocupar Wall Street reflete um contragolpe nacional que começou com a oposição ao ataque do governador conservador Scott Walker contra os sindicatos em Wisconsin, onde os funcionários públicos não têm respeitados seus direitos de negociação coletiva.

A oposição lança raízes ali e em outros Estados onde governadores republicanos reduziram benefícios e proteções sindicais devido ao déficit que enfrentam. O Ocupar Wall Street ganhou um impulso importante quando vários sindicatos poderosos decidiram apoiar esse movimento. Dezenas de milhares de sindicalistas e outros simpatizantes fizeram uma manifestação no dia 5 em Foley Square, perto de um tribunal federal no centro de Manhattan, e marcharam cerca de um quilometro e meio até a Liberty Plaza.

Os manifestantes estão na Liberty Plaza desde 17 de setembro. Deles, cem ou duzentos dormem ali e outras centenas estão presentes durante o dia. Um grupo menor, inspirado em um chamado para realizar uma revolta por parte da revista canadense Adbuster, mudou-se para o local depois que a polícia desalojou seus integrantes quando montaram barracas em Wall Street. No começo, os meios de comunicação dominantes deram pouca atenção aos manifestantes, e inclusive os ridicularizaram. Porém, os ativistas saltaram para primeiro plano nacional depois que a polícia lançou gás pimenta contra algumas jovens. A prisão de 700 manifestantes no dia 1º na ponte do Brooklyn gerou maior interesse e deu nova força ao grupo.

Vídeos dos dois incidentes circularam no Youtube, servindo como ferramentas de organização para os manifestantes especialistas em tecnologia, que, como os ativistas dos levantes da Tunísia e do Egito, utilizaram seus telefones inteligentes para pedir apoio. Os manifestantes dizem não ter intenções de parar com o movimento, mesmo reconhecendo que o frio ou uma retirada pela polícia possam acabar forçando-os a abandonar o parque.

No momento, em sua cidade improvisada, realizam duas assembleias gerais diárias nas quais as decisões são tomadas por consenso, não por votação. Criaram um conta na internet que permite aos partidários de todo o mundo fazer doações e pagar pizzas em restaurantes próximos. Um gerador elétrico alimenta os computadores portáteis no Centro de Mídia. Uma biblioteca, uma área para dormir e outra para cuidados com a saúde. O grupo também publicou o The Occupied Wall Street Journal. “Buscamos uma democracia melhor. O mais importante é o modelo de nosso movimento, que é participativo e inclusivo”, afirmou Mark Bray, de 29 anos, que faz doutorado em história europeia.

Fonte: Envolverde/IPS

PT repudia jornalismo marrom de Veja

Nota da Liderança do PT na Câmara dos Deputados:

Na semana passada, a revista Veja sofreu uma condenação judicial. Acionada pelo deputado Vicentinho (PT-SP), a 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a publicação, em processo de injúria, calúnia e difamação, a conceder-lhe direito de resposta.



Na mesma semana, a revista apareceu também no Wikileaks. Foram divulgados telegramas da embaixada americana em Brasília, dirigidos ao Departamento de Estado, nos quais afirma-se que matérias da Veja sobre o relacionamento do PT com as FARCs – incluindo o suposto financiamento de campanhas eleitorais do partido por aquela organização guerrilheira - eram absolutamente carentes de fundamentos. O caso foi relatado pela embaixada dos EUA como um exagero, além de uma tentativa de “manobra política” patrocinada pela publicação.

Para completar o período curto de uma semana, a revista se envolve em uma série de crimes, como o de quebra de privacidade contra o dirigente petista José Dirceu. Possivelmente, Veja instalou câmeras clandestinas no corredor de um hotel onde está o apartamento que fora ocupado pelo ex-presidente do PT, bem ao estilo do jornalismo de Murdoch e talvez até com mais ousadia que seu congênere australiano. Trata-se também de uma tentativa de chantagear a Justiça.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores alerta a sociedade e as forças democráticas para o perigo que representa uma revista de grande circulação entrar no campo da provocação e da delinquência e lembra que a defesa democracia é dever de todos.

Brasília, 29 de agosto de 2011

Deputado Paulo Teixeira-PT/SP - Líder da Bancada na Câmara.

Ministro do Esporte processará a Veja

A revista Veja desembestou de vez. A cada semana ela aciona um de seus jagunços midiáticos para destruir reputações e ...

sábado, 15 de outubro de 2011

AUDIÊNCIA PÚBLICA

A audiência pública da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2012 de Campo Largo será realizada no dia 24 de outubro, conforme convocação assinada pelo prefeito Edson Basso. As audiências para discutir a LOA faz parte dos princípios Constitucionais e da Lei de Responsabilidade Fiscal. A audiência em Campo Largo começa às 14 horas, no Auditório do Centro Administrativo Municipal (Bloco 11).

TV do Paraná censura Dilma Rousseff

Os tucanos estão desequilibrados. No domingo passado, o governador Marconi Perillo, de Goiás, deu uma de valentão e se...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Blog do Bemvindo: SOBRE A MARCHA CONTRA CORRUPÇÃO

Blog do Bemvindo: SOBRE A MARCHA CONTRA CORRUPÇÃO: A luta contra a corrupção é obrigação diária de todo e qualquer cidadão. Não se trata de uma coisa pontual onde se escolha apenas um dia por...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O maior massacre da história da humanidade

12 de outubro marca o início dos maiores massacres da história da humanidade. A chegada dos colonizadores, invadindo e ocupando o nosso continente – ate aí chamado Aby ayala pelas populações indígenas -, representava a chegada do capitalismo, com o despojo das riquezas naturais dos nossos países, da destruição das populações indígenas e a introdução da pior das selvagerias: a escravidão. Chegaram com a espada e a cruz, para dominar e oprimir, para impor seu poder militar e tentar impor sua religião.

Centenas de milhões de negros foram arrancados dos países, das suas famílias, do seu continente, à força, para serem trazidos como raça inferior, para produzir riquezas para as populações ricas da Europa branca e colonizadora. Uma grande proporção morria na viagem, os que chegavam tinham vida curta – de 7 a 9 anos -, porque era mais barato trazer nova leva de escravos da Africa.

Os massacres das populações indígenas e dos negros revelava como o capitalismo chegava ao novo continente jorrando sangue, demonstrando o que faria ao longo dos séculos de colonialismo e imperialismo. Fomos submetidos à chamada acumulação originária, aquele processo no qual as novas potências coloniais disputavam pelo mundo afora o acesso a matérias primas, mão de obra barata e mercados. A exploração colonial das Américas fez parte da disputa entre as potências coloniais no processo de revolução comercial, em que se definia quem estaria em melhores condições de liderar o processo de revolução industrial.

Durante mais de 4 séculos fomos reduzidos a isso. Os ciclos econômicos da nossa história foram determinados não por decisões das populações locais, mas das necessidades e interesses do mercado mundial, controlado pelas potências colonizadoras. Pau brasil, açúcar, açúcar, borracha, no nosso caso. Ouro, prata, cobre, carne, couro, e outras tantas riquezas do novo continente, foram sendo reiteradamente dilapidados em favor do enriquecimento das potências colonizadoras europeias.

Assim foi produzida a dicotomia entre o Norte rico e o Sul pobre, entre o poder e a riqueza concentrada no Norte – a que eles chamavam de “civilização” – e a pobreza e a opressão – a que eles chamavam de “barbárie”.

O início desse processo marca a data de hoje, que eles chamavam de "descoberta da América", como se não existissem as populações nativas antes que eles as “descobrissem”. No momento do quinto centenário buscaram abrandar a expressão, chamando de momento de “encontro de duas civilizações”. Um encontro imposto por eles, baseado na força militar, que desembocou no despojo, na opressão e na discriminação.

Não nos esqueçamos disso, demos à data seu verdadeiro significado, que nos permita entender o presente à luz desse tenebroso passado de exploração e de massacre das populações indígenas e das populações negras.

De Emir Sader, em seu blog na Carta Maior:

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Isso você não vê na grande imprensa

Protestos crescem em Nova York e se espalham para outras cidades

A INSURREIÇÃO AMERICANA

Mauro Santayana em seu blog

O movimento norte-americano contra a desigualdade social nos Estados Unidos ganhou um aliado de peso, a AFL-CIO, a antes toda poderosa organização sindical, que se encontrava em período letárgico, desde a morte de seu lendário presidente, George Meany, um pragmático e anticomunista, que se somava a qualquer governo. A retirada de Meany, em 1979, depois de 14 anos de mando, e sua morte, logo em seguida, coincidiram com a eleição de Reagan, o fim do welfare state, o thatcherismo, o neoliberalismo e a globalização da economia – enfim, com o que está aí. Não que Meany fosse exatamente um progressista, uma vez que o movimento sindical declinou sob sua liderança, mas o fato é que, ainda assim, a confederação de sindicatos dispunha de forte presença política.

Para os trabalhadores dos Estados Unidos, reduzidos os empregos e salários, a rearticulação de seu movimento sindical é uma esperança. Para os manifestantes contra Wall Street, que começam a assustar os meios conservadores do grande país, trata-se de uma aliança necessária, não para destruir o sistema capitalista, mas para que o Estado volte a domar as atividades econômicas e restaure as regras do jogo, nas relações entre o trabalho e o capital. Elas nunca foram justas, mas eram pelo menos suportáveis. A reação dos leitores do New York Times, divulgada em sua edição on-line, de ontem, é significativa. A imensa maioria dos comentários é de solidariedade com o movimento; e de protesto contra a renovada e crescente injustiça social do mais poderoso país do mundo.

Um leitor de Nova Iorque se diz sem saber o que fazer, porque não pode deixar o trabalho, a fim de participar das manifestações, nem dar parte de doente, porque necessita de atestado médico, mas deixa claro que “os republicanos que dizem que a regulamentação impede a expansão dos negócios, não passam de um monte de esterco de cavalo”. E acrescenta que gostaria de não usar mais o Chase e o Citibank, mas não pode. E termina mandando um recado para Washington e Wall Street: o povo está enraivecido e todos querem respostas contra o seu sistema corrupto.

Talvez seja ainda cedo para tocar finados pelo sistema capitalista. Ele é intrinsecamente astuto e, quando percebe que a situação está quase perdida, recua, concede alguma coisa aos trabalhadores, reduz seus ganhos, sacrifica alguns peões – e volta a imperar. Quando chega a oportunidade, recupera a posição anterior e volta à sua diretriz, de obtenção do maior lucro, com o aumento da carga de trabalho e a redução ao extremo dos salários. Muitos leitores consideram que é urgente colocar freios no capitalismo, sobretudo o financeiro.

Enfim, e de acordo com a sucinta observação de outro leitor, é preciso retornar ao contrato político inicial dos Estados Unidos, que previa a busca da igualdade entre todos os seus cidadãos.

Quando o governo impõe suas regras, como as impôs durante a administração Roosevelt e, de uma forma ou de outra, continuou a impô-las, até 1980, a prosperidade se faz sem o sacrifício insuportável dos trabalhadores. Os 48 anos de New Deal permitiram uma vida confortável para os norte-americanos e possibilitaram o fortalecimento bélico dos Estados Unidos, embora com a desapiedada exploração de outros povos.

As crises cíclicas do capitalismo, conforme a conhecida teoria de Kondratiev, são explicáveis em uma equação simples: maior renda para poucos e quase nenhuma renda para a imensa maioria correspondem a uma diminuição do consumo de bens, e essa diminuição do consumo atinge os produtores, no círculo vicioso que leva ao desemprego e à correspondente falência dos negócios. Enfim, sem salários não há consumo, sem consumo não há lucros, sem lucros, não há capitalismo.

O sistema bancário é o eixo da economia capitalista. Mas, no caso americano – que passou a ser o modelo mundial – desde a criação do FED, em 1913, os controladores fizeram da administração da moeda um segredo quase religioso. O famoso banqueiro Nicholas Biddle, que se opôs ao Presidente Andrew Jackson, e foi por ele derrotado durante seu mandato (1828-36) dizia, insolentemente, que seu banco – que tinha o privilégio da emissão da moeda – não tinha satisfações a dar, quer ao governo, quer ao público. Em 1829, antes que o conflito se agravasse, um grupo de cidadãos de Filadélfia (três jornalistas, um grande homem de negócios e dois líderes do incipiente movimento sindical) se reuniu, para discutir o problema bancário, e concluiu, em análise atualíssima do sistema:

“Os bancos são úteis, como instituições de depósito e transferências, admitimos sem qualquer dúvida, mas não podemos ver como esses benefícios que conferem possam ser assim tão grandes a ponto de compensar os males que produzem, na criação de artificial desigualdade da riqueza, e, por meio dela, de artificial desigualdade de poder” ( Free Trade Advocate, 9 de maio de 1829, citado por Arthur Schlesinger, Jr. em The Age of Jackson, 1945).

Troquem-se os nomes de Nicholas Biddle, o arrogante banqueiro de Filadélfia, pelo dos dirigentes do Goldman Sachs, e o de Jackson pelo de Obama, e temos situação semelhante – com uma diferença. Jackson era Jackson, que peitou os banqueiros e os venceu, com a fragmentação do sistema e o surgimento dos pequenos e médios bancos estaduais, possibilitando a grande expansão industrial dos oitocentos. E Obama é apenas uma esperança quase desfeita.

Mas hoje, como os fatos mostram, as massas podem reunir-se rapidamente, graças à comunicação instantânea – e, apesar da repressão - dizer o que pensam da realidade e exigir as mudanças.