domingo, 27 de outubro de 2013

No Egito, Black Bloc fomentaram golpe e atacaram manifestantes contra militares

blackbloc
Pescado do Ponto e Contra Ponto. A matéria lembra as ações do “Black Bloc” em vários lugares do mundo.
Após aparecer nos protestos do Occupy Wall Street, onde foram acusados de tumultuar o protesto e justificar a repressão da polícia americana, acabando com o Occupy, o coletivo sem rosto que se auto denomina Black Bloc criou uma espécie de franquia mundo afora, sobretudo em países onde a democracia é frágil e/ou muito jovem.
No Brasil, esses coletivos são formados com absoluta predominância de jovens brancos de classe média que usam roupas de grife. A atuação dos coletivos geram desconfianças de que o alegado apartidarismo não se aplica na prática, como nos protestos contra o propinoduto tucano em que eles iam direto para a Câmara dos vereadores da capital paulista, quando o escândalo é do governo do estado de São Paulo. Dividiu os manifestantes e o desgaste do governador com o prefeito. Foi intencional?
Com o desconfiômetro sempre em alerta, resolvi fazer uma busca detalhada na rede sobre como se portou o coletivo Black Bloc no Egito, antes e depois do golpe. Pesquisei a ocorrência e frequência de matérias sobre eles, os perfis nas redes sociais do coletivo, onde postam em hieróglifos árabes, mas mesmo com essa dificuldade deu para perceber duas coisas:  maioria das fotos postadas são de amenidades, como se o país não estivesse à beira de uma guerra civil e os vídeos postados, feitos a distância, procuram mostrar manifestantes pró Morsi atirando contra militares.
Foi difícil achar matérias sobre o Black Bloc egípcio pós golpe, a maioria dos links apontavam para sua participação efetiva nos protestos que lograram entregar o país de volta aos militares. Entre as que achei, muitas se tratavam de opinião reacionária que não levei em consideração, não há qualquer intenção de demonizar ninguém, apenas trazer aos leitores como se portou e se porta o coletivo no Egito, que enfrenta um golpe militar sangrento.
Líderes do movimento da Praça Tahir no Cairo, que levou a deposição do presidente legalmente empossado, Mohamed Morsi, deram declarações públicas afirmando que apoiavam a matança de manifestantes contra o golpe e davam aval a atuação dos militares. Esses líderes estavam muito próximos ao Black Bloc durante os protestos. Tudo estava se encaixando, só faltava o batom na cueca.
Outro grupo sem rosto famoso da história
Foi aí que eu achei uma denúncia do grupo de direitos humanos “Eye on Torture” (algo como de olho na tortura), que revela que o coletivo Black Bloc admite participação no ataque de 26 de Julho, onde ocorreu massacre de manifestantes contra o golpe. No ataque o coletivo preparou uma espécie de emboscada para os manifestantes os deixando expostos, nesse momento o Black Bloc foi protegido por militares atrás de tanques e prédios, enquanto os manifestantes pela democracia eram fuzilados. Aqui o link da matéria, está em inglêshttp://www.ikhwanweb.com/article.php?id=31213
È ultrajante pessoal, eu que já vi tanta canalhice nessa vida fiquei transtornado. Como pode alguém posar de anti establishment, usar símbolo da anarquia e apoiar uma ditadura militar? Eu sou um velho punk, é como uma “heresia” ver símbolos de um movimento que tentou mudar o mundo sem violência, que me trazem de volta a juventude, serem usados por um bando de fascistas movidos a interesses obscuros. Tira esse símbolo daí posers, vocês não tem direito de usar, coloca a suástica no lugar.
Só uma última observação: coletivos sem rostos cabem qualquer coisa, inclusive mercenários, tá na cara que se no Egito os Black Bloc são tudo menos anarquistas, e qualquer grupo nazifascista pode vestir a fantasia de anti-establishment para seduzir a juventude. Brasil, Turquia, Egito, coincidentemente países com diplomacia não alinhada com interesses americanos tiveram forte atuação dos Black Blocs recentemente. Tirem suas próprias conclusões.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

RUAS E REDES SOCIAIS ROMPEM A BLINDAGEM


[Do outro lado do bico lê-se "Siemens"]


 Por Bob Fernandes, no “Terra Magazine”


“Publicados em páginas diferentes e com manchetes distintas, certos fatos aparentam não ter muito em comum. Mas têm tudo a ver. A gangorra nas pesquisas eleitorais tem, óbvio, a ver com as ruas de junho e julho. E as ruas têm relação com má gestão. E com noticiário sobre corrupção.

A internet tem 94 milhões de usuários no Brasil; 52 milhões são usuários ativos. E foi assim que se rompeu a blindagem. Não dá mais para se escalar qual é a instituição ou o partido malvadinho da ocasião.
Não dá mais para fazer de conta que um partido é sujinho e outro é limpinho. Os fatos estão aí. Sempre estiveram. Não viu, ou não noticiou quem não quis.

O PT, que até chegar ao poder era juiz dos crimes alheios, cometeu crimes. Alega que os crimes foram outros, e não os que levaram à condenação de vários dos seus, mas fato é que cometeu.

Assim como PMDB, DEM, PTB, PV, PL, PDT, PP… e o grande acusador dos últimos anos, o PSDB, cometeram seus crimes.

O que se tenta agora é embaralhar trilhos no rastro do escândalo do Trenzão; ação em que governos do PSDB paulista são acusados de produzir um superfaturamento de R$ 425 milhões. Com direito a propinas milionárias.

Há novidade nisso? Em parte há. Em troca de um acordo que deixa empresa e dirigentes limpos, a multinacional Siemens está entregando. Entrega ao “Conselho Administrativo de Defesa Econômica”, CADE, a história do cartel de 20 anos na área de metrôs e trens, em especial em São Paulo e Brasília.

A história nasce de uma mega-investigação no exterior. Lá, a Siemens e a francesa Alstom já têm demitidos e presos. Aqui, os tucanos dizem não ter acesso às informações levantadas no processo do CADE. Isso é conversa mole.

Desde 1995, o ministério público de São Paulo arquivou 15 inquéritos sobre o tema. Com documentos, a revista “ISTO É” desta semana prova: em 2008, 2009 e 2010 o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado alertaram para vícios e irregularidades nos contratos.

E, em agosto de 2009, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi ordenou o sequestro de bens de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas. Marinho, tucano de primeira hora, acusado de receber propina da Alstom.

Como se surpreender se, apesar da blindagem, Robson Marinho e Alstom já eram notícia há 4 anos? Agora, se fala em propinas de US$ 20 milhões para partidos e em contas na Suíça. Como simular que o assunto é novidadeiro?

Quem se espantará se isso tiver a ver com o pagamento de campanhas eleitorais? E não apenas. E como dizer que a trilha dos paraísos fiscais é desconhecida?

Recordemos estudo feito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria “McKinsey”. Estudo esse encomendado pela “Tax Justice Network” e publicado há um ano.

Henry mostra que, só até 2010, os super-ricos brasileiros tinham cerca de US$ 520 bilhões em paraísos fiscais. Isso dá R$ 1,196 trilhão. Pouco mais de 27% do PIB do Brasil.”

FONTE:
 por Bob Fernandes, no portal “Terra Magazine”. O autor foi redator-chefe da revista “CartaCapital”. Trabalhou nas revistas “IstoÉ” (BSB e EUA) e “Veja”. Foi repórter da “Folha de S.Paulo” e do “JB”; fez "São Paulo, Brasil" no GNT/TV Cultura. É comentarista da TVGazeta e da Rádio Metrópole (BA). Texto e vídeo do portal “Terra Magazine”  (http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2013/08/13/ruas-e-redes-sociais-rompem-a-blindagem/).

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Direita manipula imagens

Direita usa foto de mulher espancada no Egito como se fosse na Venezuela

Para atacar Haddad Estadão usa foto da guerra do Congo



A escritura labiríntica em ‘O Evangelho Segundo Talião’

‘O Evangelho Segundo Talião’ (Editora nVersos, 2013), livro de Flávio Ricardo Vassoler, traz 27 narrativas que habitam um labirinto cujas vozes ecoam e percorrem a experiência cotidiana e a memória: as lembranças da tortura que vêm à tona em uma conversa de bar, o sofrimento de um filho que assiste à morte de seu pai, nossa complacência frente à violência.


Ler Artigo
Carta Maior - Arte & Cultura - A escritura labiríntica em ‘O Evangelho Segundo Talião’

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Mistério! Matéria sobre Globo e mensalão some do Blog Amigos do Presidente Lula



Xeque - Marcelo Bancalero

Como essa matéria sumiu do Blog Os Amigos do Presidente Lula, resolvi repostar por aqui, antes que suma de vez da internet.

Do Blog Os AMigos do Presidente Lula,
O julgamento do “mensalão” (AP-470) entrou numa sinuca de bico, agora que virão os recursos. A base da condenação dos petistas é que teria havido desvio de dinheiro público da Câmara dos Deputados e da Visanet (aliás, é empresa privada). Porém tanto a Câmara dos Deputados como a Visanet tem provas de que o dinheiro foi gasto para fazer anúncios ou patrocínios esportivos e culturais. As provas não se limitam a recibos e notas fiscais, mas também se materializa nos próprios anúncios (que foram efetivamente veiculados), principalmente nos mais famosos jornais, revistas e TV`s do Brasil. E estão registradas para todo mundo conferir nas páginas impressas e nos videotapes.

“A construção do mensalão — Como o Supremo Tribunal Federal, sob o comando do ministro Joaquim Barbosa, deu vida à invenção de Roberto Jefferson.

Sabe-se lá porquê, a maioria dos ministros do STF, ignorou essas provas apresentadas pela defesa, atestadas por laudos de auditoria, e tratou tudo como se fosse dinheiro desviado.
Pois bem, agora só tem um jeito: inocentar quem foi condenado injustamente com base em informações falsas.
Do contrário, para sustentar essa tese de condenação, só se admitir que a Globo, Folha, Veja, Estadão, etc, teriam feito parte da quadrilha para receber o dinheiro da SMPB e desviá-lo, como observou o ministro Lewandovski em seu voto, no caso do contrato da Câmara.
Logo, ou o STF terá que anular diversas condenações, onde tomou por base essa estória de desvio da Câmara e da Visanet, ou terá que condenar também, por exemplo, a TV Globo, com as seguintes consequências:
- Os gestores da emissora (e dos jornalões) que supostamente participaram do suposto desvio, teriam que ser condenados tanto quanto Marcos Valério;
- O Ministério Público teria que abrir ação exigindo devolução do dinheiro aos cofres públicos, que foi recebido pelas empresas de mídia;
- A TV Globo, os jornalões e revistas que receberam o dinheiro da SMPB teriam que ser consideradas empresas inidôneas por corrupção, e ficarem proibidas de fazer qualquer contrato com o governo e com estatais, além de ficarem proibidas de contrair empréstimos de bancos públicos, por uns longos anos.
- Por ser uma concessão pública, se uma TV for considerada inidônea por corrupção, o Congresso terá que cassar sua concessão (sem nenhum arbítrio, tudo de acordo com a Constituição), pelo mesmo motivo que cassa deputados.
Aliás, do jeito que o julgamento tratou o BV (Bônus de Volume), como se fosse “propina”, no mínimo, por coerência, a emissora teria que estar arrolada no processo, e teria que “provar sua inocência” da mesma forma que foi exigido dos demais réus.
A revista “Retrato do Brasil”, da imprensa alternativa ao PIG (Partido da Imprensa Golpista), faz uma série de reportagens históricas, mostrando as provas irrefutáveis da defesa, que foram ignoradas.
Os jornalões, revistonas e TV’s ainda mantem um silêncio sepulcral sobre o assunto, porque não tem como desmentir a reportagem. Mas não terão como fugir de verem suas empresas como as maiores beneficiárias do dinheiro, naquilo que inventaram ser o “mensalão”.
A velha mídia ter escondido estes fatos no noticiário é um dos episódios que entrará para história dos grandes vexames da imprensa golpista, ao lado de episódios como o golpe da Proconsult e da bolinha de papel nas eleições de 2010.
O colunista Elio Gaspari (jornais Folha de São Paulo e O Globo) já prepara o terreno para mudar o rumo da conversa, agora que as eleições de 2012 já passou. E se o julgamento não deu o resultado pretendido nas urnas em 2012, terá efeito menor ainda em 2014. Gaspari publicou essa notinha na coluna de domingo:
NAS BANCAS
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Está chegando às bancas uma edição especial da revista “Retrato”.
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Sua capa diz tudo:
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“A construção do mensalão — Como o Supremo Tribunal Federal, sob o comando do ministro Joaquim Barbosa, deu vida à invenção de Roberto Jefferson.”

Dilma enfrenta exército pró-juros organizado | Brasil 24/7

sábado, 30 de março de 2013

Ouvindo 'Mulata Abençoada', com MPB-4 - #radinha - ouça e compartilhe


Altamiro Borges: O servil Marcelo Tas entrevista FHC

Por Altamiro Borges

Por sugestão do internauta Marcelo Gonçalves, o blog do amigo Renato Rovai postou o vídeo acima. Ele ajuda a entender o humorismo reacionário do CQC, comandado por Marcelo Tas. O jornalista até tenta se travestir de independente, irreverente e meio "anarquista". Pura balela! Ele sempre foi um tucano enrustido e um elitista metido, que só engana os mais ingênuos. Não é para menos que ele tem tanto ódio do chamado "lulopetismo" e que tenha autorizado a cafajestice do CQC nesta semana contra o deputado José Genoino.



No vídeo, o chefão Marcelo Tas - "o intrépido, irônico, lacônico, duro", como brinca Rovai - entrevista Fernando Henrique Cardoso. É só bajulação, puxa-saquismo da pior qualidade! Com o tempo, a ligação com os tucanos e reacionários só aumentou. Não é para menos que ele foi chefe de cerimônia de um evento dos demos e que hoje é uma das estrelas do Instituto Millenium, o antro dos barões da mídia golpista.

Globo e Dilma derrotarão a blogosfera?


Por Renato Rovai, em seu blog:
Azenha anunciou que vai fechar o Viomundo depois de perder ação na justiça movida pela Globo. É uma notícia-bomba. Uma derrota parcial da luta pela democratização no país. E quando alguém perde, outro alguém ganha. Os vencedores são os grandes grupos econômicos de comunicação, mas também uma boa parte do governo que anda mais preocupada com negócios do que em construir políticas públicas que modifiquem a imensa concentração deste segmento.

No momento, estou em Tunis, na Túnisia, cobrindo o Fórum Social Mundial. Antes de vir pra cá estive em Brasília. Conversei com muita gente. E confirmei o que já imaginava. Primeiro, que o governo Dilma não vai mexer no que considera um vespeiro, a regulamentação da comunicação. Segundo, que o ministro Paulo Bernardo deixou de ser apenas uma adversário desta tese. Passou a se um inimigo. E mais do que isso, agora instrumentaliza nossa luta para conquistar ainda mais poder.

Bernardo hoje é o homem dos grandes grupos de comunicação no PT. É o sujeito que livra as teles e a Globo dos “monstros” que querem a regulamentação e a democratização. E o que fazemos, no fundo, o ajuda a ampliar seu poder. Foi neste contexto que seu secretário-executivo, Cezar Alvares, teria dito a frase de que o governo Dilma não faria a regulamentação das comunicações. Aquilo não foi um deslize. Foi a assinatura de um contrato público com o povo da radiodifusão. Foi a Carta ao Povo Brasileiro de Dilma com esses setores. Eles queriam um sinal claro. Bernardo deu.

Mas não é só isso. Paulo Bernardo (e não só ele) também tem se referido a blogueiros como vagabundos e pilantras. E completa a frase com “e o governo ainda sustenta essa gente…”. Convenhamos, isso é bobagem. O que não é bobagem é que ele tem feito pressão pessoal para que ninguém mais apoie os poucos veículos que ainda recebem alguma verba publicitária. (Aliás, se você quer saber o tamanho deste apoio, leia este artigo do Miguel do Rosário.)

Nos Correios, por exemplo, a ordem é clara. Se algum centavo for destinado a esse “povo”, cabeças rolarão. Procure algo dos Correios em qualquer veículo da mídia alternativa ou livre. Mas também procure na Veja, na Globo, na Folha e no Estadão…

Azenha não está anunciando o fechamento do seu blogue por causa da Secom e do Paulo Bernardo. Mas também não está fazendo isso só por causa da Globo. Se a gente tivesse nesta luta pela democratização da mídia, mas não se sentisse sendo usado, talvez ele não tivesse tomado esta atitude.

Espero que ela ainda reflita e que um movimento cidadão o anime a seguir em frente. Azenha nunca teve um centavo de recurso público no seu blogue. E desde que o conheço nunca se mostrou interessado neste tipo de financiamento. Mas ele sonhou junto com muitos de nós que teríamos condição de melhorar a correlação de forças da comunicação no Brasil. Imaginou que tínhamos aliados. E ouviu, como eu, discursos de muitos se comprometendo com a causa.

E com o tempo passando, foi percebendo que só estávamos sendo usados. É este o exato sentimento: usados. E talvez essa sua decisão seja um sinal para um movimento que pode se tornar bastante importante. O Azenha não pode ficar sozinho nisso. É hora de refletir.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Chávez sabia que os serviços especiais dos EUA estavam atrás dele | Brasil de Fato


Chávez sabia que os serviços especiais dos EUA estavam atrás dele


Hugo Chávez era um político que enfrentou a realidade e sabia como era odiado por Washington e pela oposição dos EUA em todas as questões políticas ou econômicas


Nil Nikandrov


Hugo Chávez não era o homem obcecado com a ideia de estar sendo seguido e observado, como a propaganda tentou mostrar. Ele era um político que enfrentou a realidade e sabia como era odiado por Washington e pela oposição dos Estados Unidos em todas as questões políticas ou econômicas. Ele tratou com seriedade as ameaças vindas dos presidentes Bush e Obama, do Departamento de Estado e do Pentágono. Ele sabia muito bem que os serviços especiais do Ocidente tinham um arsenal diversificado de meios para fisicamente liquidar pessoas.
Fidel Castro compartilhou essa experiência, houve mais de 600 tentativas de assassinato contra ele cometidas pela CIA e a inteligência militar dos EUA. Até mesmo um número limitado de documentos secretos tornados públicos recentemente provam que não havia limite para os serviços especiais, que usaram inclusive atiradores de elite e veneno para cumprir uma tarefa.
Fidel o acusou de ser descuidado e recomendou que ele prestasse mais atenção ao seu redor. Ele disse que haviam surgido novas tecnologias e não era seguro aceitar comida que fosse oferecida. Ele disse ao Chávez: “Chávez se cuide. Essa gente [os estadunidenses] desenvolveram tecnologias. Você é muito descuidado. Cuidado com o que você come, o que lhe oferecem para comer...uma pequena agulha e eles te injetam com deus sabe o quê”.
O presidente e os serviços de segurança estavam preocupados com a propagando ocidental maciça que demonizava Chávez, apresentando-o como uma ameaça ao “mundo livre”, religião, propriedade privada e valores tradicionais da família. Algumas pessoas, quando sujeitas a efeitos emocionais sistemáticos, se tornam propensas a cometer atos terroristas. Segundo estatísticas, houve dezenas de tentativas de assassinato contra Chávez cometidas por pessoas dementes que vinham armados participar de reuniões e demonstrações. Alguns agentes da lei foram vítimas de tal impacto. Em fevereiro de 2008, alguns oficiais da Guarda Nacional foram presos acusados de participar de uma tentativa de assassinato. Em setembro de 2008, um grupo de militares foi detido enquanto preparava um ataque com o uso de lançadores de granadas contra o Força Aérea 1.
Os serviços especiais dos EUA fizeram as primeiras tentativas para acabar de vez com o Chávez durante a campanha presidencial de 1998. Um grupo de pistoleiros profissionais, contratados pela CIA na Colômbia e na Republica Dominicana, seguiram o então candidato durante a sua campanha em lugares isolados na Venezuela. Atiradores de elite deitados em emboscadas foram vistos próximos a locais onde o presidente fez comícios. Depois disso, a caçada a terroristas que tentavam cumprir a missão de matar Chávez se tornou uma rotina diária dos serviços de segurança bolivarianos. Em maio de 2009, Laurent Bouquet, um francês, e três dominicanos foram detidos. Em seu apartamento foram encontrados rifles, metralhadoras, granadas e um quilo de explosivos. Segundo o Ministro de Assuntos Internos da Venezuela, Tarek El – Aissami, o grupo havia sido encarregado do assassinado de Chávez. Bouquet era um militar da ativa das forças armadas de um dos países europeus. Segundo vazamentos na internet, os serviços dos EUA organizaram o envio do oficial da inteligencia militar francesa para a Venezuela.
A vitória de Chávez nas eleições presidenciais de 2012 era inevitável. No período entre 2009 e início de 2010, a missão de eliminar Chávez estava na lista de prioridades da comunidade de inteligência dos EUA. Os métodos tradicionais, por exemplo, assassinatos cometidos por pessoas dementes, queda de aeronaves, e afins, foram descartados. O uso de venenos conhecidos também estavam fora de cogitação. Houve muitos casos de líderes latino-americanos que foram neutralizados dessa maneira. Uma bala, um acidente de avião ou veneno iriam indicar quem estava por detrás da ação.
Portanto, a contaminação que levou a uma doença incurável foi escolhida como a forma de se fazer o trabalho. Era tecnicamente possível. José Vicente Rangel escreveu no artigo “Câncer Inoculado”, publicado em 17/03/2013 na edição do jornal Últimas Notícias, que experimentos para obtenção de crescimento canceroso haviam sido conduzidos nos EUA por pelo menos 40 anos. Os laboratórios situados em Fort Detrick, Maryland, realizam pesquisas clandestinas sobre armas biológicas; o Instituto Nacional do Câncer está situado lá também. O Laboratório Nacional de Pesquisa do Câncer Frederick, que funciona sob a supervisão da CIA e do Pentágono, é um exemplo disso. Como fontes da internet relatam, um programa especial do vírus do câncer foi desenvolvido com sucesso lá. O vírus do câncer entra no sangue e no sistema linfático. O acesso ao DNA faz com que o vírus seja personalizado e mais eficaz. Isso nos remete a um documento publicado no WikiLeaks, com instruções do Departamento de Estado para a embaixada dos EUA no Paraguai para furtivamente obter DNA dos quatro candidatos à presidência. O documento menciona os quatro candidatos, mas o real interesse estava no candidato de esquerda Fernando Lugo, um aliado em potencial de Hugo Chávez, que apoiou a ideia da criação de "um eixo de estados populistas" no continente. Dois anos após a eleição, Lugo adoeceu com câncer linfático, uma forma mais branda do que a que o falecido Chávez desenvolveu. Ele teve que ir ao Brasil para tratamento, enquanto o vice-presidente Federico Franco, o filho favorito da CIA e do Departamento de Estado, governou o país.
A epidemia de câncer na América Latina se espalhou acometendo os presidentes de esquerda, fato que não poderia passar desapercebido. Fernando Lugo, Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Cristina Férnandez de Kirchner foram diagnosticados. Eles foram marcados com a Mancha Negra, um aviso de que não é seguro se opor aos interesses dos Estados Unidos no cenário internacional. A morte de Hugo Chávez demonstrou as implicações que podem se seguir. Para quem não está convencido de que os EUA estão envolvidos em uma limpeza, tentando se livrar de líderes hostis, basta lembrar o destino de muitos políticos influentes em muitas regiões de importância estratégica. As ações punitivas ainda não acabaram. Eles golpearam contra a Síria, e o Irã e Paquistão são os próximos. Depois será a vez dos membros do BRICS, os EUA farão todo o possível para evitar que se tornem uma força internacional poderosa do século XXI.
Chávez advertiu sobre isso. Ele sempre deu nome aos bois. Para ele, os Estados Unidos eram "um império do mal", um agressor, um Estado terrorista constantemente travando guerras para conquistar territórios ricos em recursos. Ele conclamou seus colegas na América Latina e Caribe para a criação de alianças com “força” para conter a política dos EUA. Ele pagou caro por isso. A liderança da Venezuela e os principais líderes da América Latina, que mantinham relações amigáveis com Chávez, não acreditam que ele tenha morrido por causas naturais. Os palpites de que tenha sido uma operação especial são expressos mais e mais frequentemente.
No dia da morte de Chávez, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em um discurso à nação que "não há dúvida de que a saúde do Comandante Chávez foi atacada pelo inimigo". Ele disse que haviam bases sólidas para o lançamento de uma investigação. Segundo ele, "não há nem uma única dúvida e, no momento adequado, vamos convocar uma junta médica para confirmar que Chávez foi atacado". Ele ligou o caso de Chávez ao caso do líder da Frente de Libertação da Palestina, Yasser Arafat, cuja morte, disse Maduro, foi causada por envenenamento pelos israelenses. De acordo com resultados de pesquisas de laboratório realizadas no Instituto de Radiophysique, em Lausanne, Suíça, Arafat foi envenenado por polônio-210. Nicolás Maduro disse que foram coletadas amostras de tecido de Chávez para se fazer um diagnóstico. Sem revelar o nome do paciente, as amostras foram enviadas para o Brasil, China, Rússia e até mesmo aos EUA. A resposta foi a mesma, as células cancerígenas têm características especiais, como intensidade incomum de propagação e multiplicação nunca antes encontrados na prática médica.
De acordo com Maduro, uma comissão especial de investigação será encarregada de rever de forma abrangente os detalhes da morte de Chávez após a eleição em 14 de abril. Foi noticiado que o governo bolivariano pretende pagar um milhão de dólares em recompensa para aqueles que vão ajudar a tornar precisas as circunstâncias e a identificar quem cometeu o crime - o assassinato do presidente Chávez.

Tradução: Ana Amorim
Foto: Prensa Presidencial

O nazijornalismo do CQC | Brasil de Fato

O nazijornalismo do CQC | Brasil de Fato


O nazijornalismo do CQC


Leandro Fortes

A violência do CQC contra o deputado José Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo. Isso porque o programa apresentado por Marcelo Tas, no comando de uma mesa onde se perfilam três patetas da tristeza a estrebuchar moralismos infantis, não é uma coisa nem outra.
Não é um programa de humor, porque as risadas que eventualmente desperta nos telespectadores não vem do conforto e da alegria da alma, mas dos demônios que cada um esconde em si, do esgoto de bílis negra por onde fluem preconceitos, ódios de classe e sentimentos incompatíveis com o conceito de vida social compartilhada.
Não é jornalismo, porque a missão do jornalista é decodificar o drama humano com nobreza e respeito ao próximo. É da nobre missão do jornalismo equilibrar os fatos de tal maneira que o cidadão comum possa interpretá-los por si só, sem a contaminação perversa da demência alheia, no caso do CQC, manipulada a partir dos interesses de quem vê na execração da política uma forma cínica de garantir audiência.
A utilização de uma criança para esse fim, com a aquiescência do próprio pai, revela o grau de insanidade que esse expediente encerra. O que se viu ali não foi apenas a atuação de um farsante travestido de jornalista a fazer graça com a desgraça alheia, mas a perpetuação de um crime contra a dignidade humana, um atentado aos direitos humanos que nos coloca, a todos, reféns de um processo de degradação social liderado por idiotas com um microfone na mão.
A inclusão de um “repórter-mirim” é, talvez, o elemento mais emblemático dessa circunstância, revelador do desrespeito ao ofício do jornalismo, embora seja um expediente comum na imprensa brasileira. Por razões de nicho e de mercado, diversos veículos de comunicação brasileiros têm lançado, ao longo do tempo, mão dessa baboseira imprestável, como se fosse possível a uma criança ser repórter, ainda que por brincadeira.
Jornalismo é uma profissão de uma vida toda, a começar da formação acadêmica, a ser percorrida com dificuldade e perseverança. Dar um microfone a uma criança, ou usá-la como instrumento pérfido de manipulação, como fez o CQC com José Genoíno, não faz dela um repórter – e, provavelmente, não irá ajudá-la a construir um bom caráter. É um crime e espero, sinceramente, que alguma medida judicial seja tomada a respeito.
Não existem repórteres-mirins, como não existem médicos-mirins, advogados-mirins e engenheiros-mirins.
Existem, sim, cretinos adultos.
E, a estes, dedico o meu desprezo e a minha repulsa, como cidadão e como jornalista.