segunda-feira, 26 de março de 2012

O taser "não letal" mata outro, em Florianópolis



Por FabioREM


Do Diário Catarinense
Homem morre após ser imobilizado por pistola taser em Florianópolis
Caso da Capital catarinense é igual ao que aconteceu com um brasileiro na Austrália
Gabriela Rovai


gabriela.rovai@diario.com.br


Na madrugada deste domingo, um homem de 33 anos de idade morreu após ser imobilizado por policiais com uma pistola taser, no bairro Ingleses, Norte da Ilha. Por volta das 2h30min, dois PMs do 21º Batalhão foram atender uma ocorrência de violência contra mulher em um apartamento nos Ingleses. O chamado veio de uma administradora de empresas de 31 anos. Ela estava com medo do companheiro, um assistente de controladoria de 33 anos.

Não sei a quantidade de cocaína que ele usou, mas estava muito alterado, com alucinações, surtado. Não me agrediu nem ameaçou, mas fiquei com muito medo. Liguei para o hospital e depois para a polícia que primeiro tentou conversar, algemar e segurar. Mas ele não parava de se debater. Daí dispararam aquele negócio (taser) nele. A primeira vez não fez efeito. Só na terceira vez — contou a dona da casa, que pediu para os nomes não serem divulgados.



Segundo a Polícia Civil, no boletim de ocorrência consta que depois de ser imobilizada com a taser, a vítima ficou em pé, escorada na parede, sem reação. No registro consta que os PMs tentaram reanimá-lo.


Cardiologista Jean Fraiha afirma que o consumo de cocaína ou álcool pode aumentar a chance de arritmias letais, mas que as pessoas podem morrer vítimas da taser mesmo sem consumir nada nem ter problema cardíaco.


Especialista em segurança, Eugênio Moretzohn afirmou que a taser pode matar, dependendo das condições de saúde do alvo e do que ele consumiu. No registro de óbito da vítima consta parada cardiorrespiratória. O responsável interinamente pelo 21º BPM, tenente-coronel Almir Silva, só se manifestará depois do inquérito policial militar que será aberto para apurar se houve intenção ou não de matar ou negligência do PM.


Enquanto isso, no Estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, onde morreu o brasileiro, a polícia pode suspender o uso do taser, pelo menos até o esclarecimento da morte do estudante.

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